Com o preço do azeite nas alturas, é preciso ficar atento para não comprar o produto falsificado ou adulterado. Um dos pontos que se deve ficar desconfiado na hora de comprar é se ele estiver com um valor bem abaixo na média do mercado.
Nas redes sociais, um teste que promete verificar se o azeite é falso ou de má qualidade tem chamado a atenção. A ideia é levar ao congelador uma quantidade e, se realmente congelar, isso provaria que é de qualidade.
Em entrevista ao Degusta, o engenheiro de alimentos Augusto Ichisato explicou que é difícil usar o teste para confirmar a qualidade do azeite. Segundo o profissional, quando congelamos o azeite buscando ver como esse óleo se comporta --se fica mais sólido ou pastoso-- pode ser que haja 'diluição' do óleo de oliva com outras gorduras e esse congelamento mostraria isso.
"Se alguém for 'fraudar' um azeite de oliva, não precisa usar gordura, mas sim qualquer outro óleo que tenha o perfil similar ao do azeite de oliva".
O azeite é um balanço de frações de óleo monoinsaturados, saturados e poli saturados, quanto mais saturados e poli, mais sólido ele fica no congelamento, quanto mais monoinsaturados, ele fica mais líquido.
"O congelamento poderia indicar uma possível fraude com óleo de milho, soja, palma e girassol, mas não é 100% confiável", explica.
Um bom teste para se fazer em casa e comparar é congelar com o azeite de oliva, outro potinho com óleo de soja e comparar as duas amostras.
"Elas devem ser totalmente diferentes: o azeite de oliva duro e o óleo de soja liquido, mais pastoso. Se forem muito parecidas em termos de pasta teríamos uma indicação de possível fraude", sugere Augusto.
Como evitar comprar azeite adulterado
O consumidor devem seguir algumas dicas para garantir a compra de um produto de qualidade, como por exemplo, optar por supermercados e lojas confiáveis, desconfiar de preços muito abaixo da média e checar o país de origem e de envasamento.
Confira sempre os selos de denominação de origem ( DOP, utilizado por Espanha, Itália e Portugal, e o PDO, usado pela Grécia), que garantem a procedência do produto, mas também que o óleo de oliva esteja dentro das regras estabelecidas pelos órgãos responsáveis sobre práticas.