Menina usa roupa do Samu para homenagear mãe socorrista

'Quando a minha filha for maior, que ela reconheça a grandeza de ajudar o próximo', diz auxiliar de enfermagem

11 mai 2020 - 10h53
(atualizado em 12/5/2020 às 16h25)

A auxiliar de enfermagem Claudia Cristina de Sá, de 36 anos, fala que costuma colocar o "medo no bolso" sempre que veste o uniforme de socorrista do Samu paulistano. "Espero, de coração, quando a minha filha for maior, que ela reconheça a grandeza de ajudar o próximo. E não por esperar aplausos, mas pelo crescimento pessoal e o crescimento espiritual, que sirva de exemplo em relação ao amor ao próximo", declara.

Tal qual a última obra de arte de Banksy, em que uma enfermeira é a super-heroína de uma criança, Claudia também é a inspiração da filha, Maria Antônia, de 2 anos. Tempos atrás, a menina se encantou com uma pequena camiseta semelhante ao uniforme do Samu entre as roupas da mãe.

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"(A peça) foi um presente de um senhor aposentado do Samu. Ela abriu a minha gaveta e viu. Falou: 'Mamãe, eu quero pôr'. Ela fala: 'não sou a Maria Antônia, sou a doutora."

Mãe e filha são admiradoras do SAMU
Mãe e filha são admiradoras do SAMU
Foto: Reprodução

Claudia conta que a menina já pensa em trabalhar na área da saúde quando adulta, também inspirada por uma tia paterna médica. Por isso, mãe e filha até já posaram sorridentes para um ensaio com as roupas.

As duas passarão o Dia das Mães juntas, mas sem a companhia da avó materna, da tia materna e dos primos de Maria Antônia, com quem costumam fazer "aquela festa" na data. "Por conta dessa quarentena, vai ser tudo via internet, o presente foi comprado pela internet e a gente vai se ver por vídeo", comenta a auxiliar de enfermagem.

Claudia vai na casa da mãe (idosa e com doença preexistente) periodicamente apenas para entregar compras essenciais. Já Maria Antônia tem contato eventual com as duas avós quando coincidem os compromissos profissionais dos pais, embora a socorrista não considere a situação ideal.

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Embora lide com casos graves no cotidiano, atendendo no entorno do distrito de Ermelino Matarazzo, no extremo leste da cidade de São Paulo, a socorrista ressalta ser otimista em relação à pandemia e diz que essa "doença invisível" vai passar.

"O vírus é praticamente palpável para mim, vejo praticamente todos os dias quando estou de plantão", aponta. "Tenho medo? Tenho medo. Eu não sei de onde estou tirando força para ser tão confiante."

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