A doença do silicone é um é uma expressão utilizada pelas pacientes com implante de silicone referente a uma série de sintomas supostamente atribuídos ao implante mamário.
Apesar de não ser uma doença, propriamente dita e ainda não haver qualquer estudo científico relacionado, há relatos de muitas mulheres que dizem ter passado por sintomas semelhantes após o implante.
De acordo com o cirurgião plástico Marcelo Takeshi Ono, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), os sintomas mais comuns são:
- Cansaço;
- Dores nas articulações;
- Ansiedade;
- Dificuldade de raciocínio;
- Doenças autoimunes;
- Depressão;
- Vermelhidão na pele;
- Dores de cabeça;
- Alterações de peso.
"Importante lembrar que pode ser difícil diferenciar estes sintomas de quadros depressivos, sintomas de menopausa, fibromialgia, fadiga crônica devido ao estilo de vida ruim e outros problemas hormonais", ressalta o especialista.
Qual a causa?
A suposta causa para esse problema, de acordo com o médico, seria o contato do silicone com o corpo humano. Aliás, o termo "doença do silicone" não é um termo médico. O termo técnico sugerido seria "sintomas sistêmicos associados ao silicone".
"Importante ressaltar que a ciência ainda não consegue evidências suficientes que realmente comprovem esta associação. Mas, por outro lado, ainda também não é capaz de descartar completamente", comenta Marcelo.
Tratamento
"O primeiro passo é ficar calma e não sair removendo o implante somente porque ouviu relato de alguém famoso que retirou", orienta o cirurgião plástico. Como não existe um teste capaz de identificar se é o ou não o silicone o responsável pelos sintomas, primeiro é necessário descartar outras possíveis causas para seus sintomas.
Se comprovado que o silicone é, de fato, a causa do problema, é feita a remoção dos implantes mamários. Segundo o médico, não é necessário retirar a cápsula para o tratamento. "Além de não ser verdadeira, as entidades oficiais condenam a divulgação deste tipo de informação. A melhora dos sintomas ocorre com ou sem a retirada da cápsula", diz.
"O fato prático é que uma boa parte das pacientes tem melhora temporária ou duradoura dos sintomas, uma vez descartado outras causas. O que a ciência ainda não consegue pontuar é quanto a melhora destes sintomas se deve a fatores orgânicos e quanto se deve a fatores psicológicos", finaliza Marcelo.