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Gestação tardia: o que tem levado mulheres a engravidar mais tarde?

Assim como Cláudia Raia, muitas outras mulheres vem optando por se tornarem mães mais tarde; entenda melhor os motivos que levam a esta escolha

21 set 2022 - 17h55
É considerada uma gestação tardia aquelas que acontecem após os 35 anos
É considerada uma gestação tardia aquelas que acontecem após os 35 anos
Foto: Alto Astral

Na última segunda-feira (19), um anúncio parou o Brasil: a bailarina e atriz Claudia Raia revelou que está grávida aos 55 anos. A gestação tardia é fruto de seu casamento com o também bailarino e ator Jarbas Homem de Mello.

Apesar da grande surpresa, Claudia Raia já havia comentado sobre seu desejo de ter um terceiro filho e principalmente sobre se sentir pronta para ser mãe mesmo em um período de maturidade. "Por que uma pessoa de 50 e poucos anos tem que ser só avó se ela quer ser mãe, se ela tem um novo casamento? Pode tudo o que você quiser. Eu quero ser mãe primeiro e depois eu quero ser avó", confessou a atriz em entrevista para Sabrina Sato em 2020.

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O desejo de Claudia Raia encabeça uma geração de mulheres que tem optado por engravidar mais tarde. Outro caso recente envolve a também atriz Viviane Araújo, que teve seu primeiro filho recentemente e foi mãe aos 47 anos. Pela medicina, o fenômeno é chamado de gravidez tardia, mas é importante entender o que há por trás desta escolha que ganha cada vez mais adeptas.

A possibilidade de engravidar mais tarde

Assim como no caso de Claudia Raia, muitas das gestações tardias que acontecem tem a ver com realização. Sobretudo porque, no período em que o corpo da mulher é fértil — ou seja, o momento em que a gestação pode ocorrer com mais facilidade — coincide com momentos de conquistas pessoais e profissionais importantes.

Claudia Raia está gravida de seu terceiro filho aos 55 anos
Foto: Instagram / @claudiaraia / Alto Astral

Isso faz com que esse desejo seja postergado para fases mais tranquilas da vida. Após os 40 anos, é possível que a carreira de uma mulher possua mais estabilidade, portanto, uma situação financeira melhor para levar uma gestação em frente.

Mesmo a gestação tardia sendo uma possibilidade real (por conta dos avanços da medicina e da tecnologia), ainda há um estranhamento da sociedade ao se deparar com essa situação, por acreditar que a idade não permitirá a vivência da maternidade de forma completa. Mas não é bem assim que as coisas funcionam! "A qualidade da maternagem nada tem a ver com a idade ou com o sexo da pessoa que se propõe a esse papel", explica a psicóloga Lígia Dantas.

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O etarismo, que é a discriminação por estar envelhecendo, atinge principalmente mulheres. E quando essa escolha está relacionada à maternidade, há sempre comentários maldosos que questionam a disposição ou ritmo de criação.

De acordo com Lígia, não se pode dizer que uma mulher de 50 anos tem menos disposição que uma mulher de 30. "Até porque, a mulher de 50 anos de hoje, não é a mesma de vinte anos atrás. O que vale a pena ressaltar é a escolha e a responsabilidade". Por isso, vale lembrar que ser mãe vai muito além do desejo: tem a ver com disponibilidade afetiva, emocional e financeira.

Gestação tardia não é sinônimo de maternidade mais tranquila

Ainda que a maternidade em um momento de vida mais estável, isso não significa que uma gestação tardia será mais tranquila. Portanto, além da ajuda profissional, é importante também ter uma rede de apoio, até porque a gestação é um período de ambivalências. "Um bebê sempre mexe na dinâmica familiar e na dinâmica do casal. E por mais idealizado ou desejado que a gestação seja, essa é uma fase com mudanças, independente da idade", declara a especialista.

Além disso, há outras questões que permeiam o assunto, como, por exemplo, o acesso a tratamentos médicos que propiciem a gestação tardia. No caso da Claudia Raia, ela já havia feito o congelamento de óvulos, algo que facilita uma gravidez após os 50 anos, assim como a fertilização in-vitro, que também é um tratamento viável para quem possui dificuldades para engravidar.

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Por fim, vale ressaltar que será cada vez mais comum conhecer mulheres que optaram pela gestação tardia. O avanço da medicina já consegue encontrar um caminho para transformar o desejo daquelas que adiaram (ou não) a maternidade para priorizar o desejo de se tornarem o que quiserem.

Fonte: Dra. Lígia Dantas, psicóloga e idealizadora da plataforma de acolhimento psicológico "Entra Na Roda".

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