Como lidar com a colheita daquilo que semeamos tempos atrás?

2 nov 2018 - 09h00

Vivemos um momento extremamente delicado e importante, em que precisamos explorar nossos corações à procura de respostas e de mudanças efetivas, ao mesmo tempo que precisamos começar a aprender a semear uma nova vida, um novo futuro a partir de nossa consciência. 

Como lidar com a colheita daquilo que semeamos tempos atrás?
Como lidar com a colheita daquilo que semeamos tempos atrás?
Foto: iStock

Quando nos deparamos com os limites da vida presente, é preciso ter claro dentro de si, que eles fazem parte de seu passado. Existem algumas pessoas que acreditam que a felicidade se baseia na ausência absoluta de problemas e dificuldades e que somente podemos ser felizes em um mundo idealizado e perfeito. 

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Nossa civilização ocidental nos ensina que a felicidade somente existe quando vivemos uma vida plena de coisas boas, onde as dificuldades não podem fazer parte de uma vida feliz. 

Enquanto não entendermos que a dor e o sofrimento fazem parte da vida, pois ainda nos encontramos na ignorância; enquanto não aceitarmos essa realidade, não atingiremos um estado de felicidade.

E mais: enquanto não olharmos de frente para esses mesmos problemas e os encararmos com realidade, não conseguiremos nos libertar do sofrimento e da dor que eles mesmos nos acarretam. 

Nossa resistência está em aceitar a impermanência das coisas.

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Durante toda nossa vida, enfrentamos obstáculos que devemos ultrapassar, mas mesmo sabendo desse fato, continuamos com a triste tendência a fantasiá-la, como se fosse possível vivê-la sem experimentar a frustração. A dor, a frustração e o sofrimento fazem parte da vida, bem como o prazer, a satisfação e a alegria. Enquanto não aceitarmos essa realidade, não conseguiremos aceitar a vida.

Todos nós somos limitados e é por esse motivo que ainda precisamos da dor para expandirmos nossas consciências, nossa compaixão, nossa consciência, sairmos da ignorância. Precisamos parar de fugir e enfrentar nossos problemas com realidade. 

Nossa atitude diante da dificuldade deve mudar.

Quando mudamos nossa atitude diante dos problemas e dificuldades, vamos conseguir encarar a dor e o sofrimento de outra forma. Quando conseguimos olhar para o problema de forma realista, quando controlamos nossos sentimentos através de nosso corpo mental, quando olhamos para fora de nós e percebemos que não somos os únicos a sofrer e, principalmente quando nos conscientizamos que o sofrimento faz parte da vida de todos, saímos da posição de vítimas e, milagrosamente, algo dentro de nós começa a acontecer: o sofrimento diminui.

Todos nós estamos envolvidos em uma cadeia cármica e por isso sofremos. Assim como você, todos nossos irmãos planetários, em todos os países, estão sofrendo. Seja através da guerra, da doença, da fome, do frio, das perdas, todos sofremos.

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Não vamos esquecer, nem por um minuto, que somos nós quem criamos nossa realidade e, se o sofrimento faz parte de nossa vida hoje, é por um único motivo: nossa ignorância, porque em tempos passados, construímos nossa condição no presente.

O que precisamos é reconhecer e acolher esse sofrimento para compreendê-lo e assim que estiverem esclarecidos dentro de nós os motivos que nos levaram a construí-los, devemos arregaçar nossas mangas e em seguida começar a construção de uma vida mais plena e feliz. As pessoas que conhecem a dor, quando não se colocam no papel de vítimas são, em sua maioria, mais humanas e conectadas ao coração, muito mais interessantes do que as que nunca sequer passaram por qualquer frustração.

Quando conhecemos a dor, podemos aceitá-la e, mais do que isso, crescer com ela através da espiral que é a vida.

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Fonte: Eunice Ferrari
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