Como lidar com a colheita do que semeamos no passado?

22 dez 2018 - 09h00

É chegada a hora de explorarmos nossos corações à procura de respostas e de mudanças efetivas, ao mesmo tempo em que precisamos começar a aprender a semear uma nova vida, um novo futuro, a partir da consciência. Quando nos deparamos com os limites da vida presente, é preciso ter claro dentro de nós, que eles fazem parte de nosso passado. Existem algumas pessoas que acreditam que a felicidade se baseia na ausência absoluta de problemas e dificuldades e que somente podemos ser felizes em um mundo idealizado e perfeito.

Como lidar com a colheita do que semeamos no passado?
Como lidar com a colheita do que semeamos no passado?
Foto: iStock

Aprendemos que nossa felicidade somente existe quando vivemos uma vida plena de coisas boas, onde as dificuldades não podem fazer parte de uma vida feliz. 

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Enquanto não entendermos que a dor e o sofrimento podem fazer parte da vida, pois ainda estamos atados na roda do carma ou samsara, não vamos conseguir atingir um estado de felicidade.

Enquanto não olharmos de frente para nossos problemas e os encararmos com realidade, não vamos conseguir nos libertar do sofrimento e da dor. Nossa resistência está em aceitar a impermanência das coisas, das situações e das pessoas em nossas vidas. 

Durante toda vida enfrentamos obstáculos que devemos superar, mas mesmo sabendo disso, continuamos com a triste tendência a nos iludir, a fantasiar a vida, como se fosse possível vivê-la sem experimentar a frustração. A dor, a frustração e o sofrimento fazem parte da vida, bem como o prazer, a satisfação e a alegria. Mas enquanto não aceitarmos a realidade, como podemos aceitar a vida?

A verdade é que somos todos limitados e por isso que precisamos ainda da dor e do sofrimento para expandirmos nossa compreensão, nossa compaixão, nossa consciência, para deixarmos para trás nossa ignorância.

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Precisamos enfrentar nossos problemas com realidade, manter uma atitude realista diante deles. Nossa atitude deve mudar para aprendermos a enfrentar a dor e o sofrimento de outra forma.

Todos nós estamos envolvidos em uma cadeia cármica, todos estamos encarnados e, por isso sofremos. Nossa alma é prisioneira do corpo e padece dentro dele para se desenvolver e aperfeiçoar. Assim como você, ou mais que você, todos em nosso planeta e em todos os países estão sofrendo. Seja através da guerra, da doença, da fome, do frio ou das perdas.

Não podemos esquecer nem por um minuto que fomos nós que criamos nossas realidades e se o sofrimento faz parte de nossas vidas hoje, é somente por causa de nossa ignorância, porque construímos nosso presente em tempos passados.

O que precisamos é reconhecer e acolher esse sofrimento para compreendê-lo e assim que estiver esclarecido dentro de nós os motivos que nos levou a construí-lo, devemos arregaçar nossas mangas e em seguida começar a construção de uma vida plena e mais feliz. 

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As pessoas que conhecem a dor e não se colocam no papel de vítimas, são em sua maioria, muito mais humanas e conectadas com o coração; muito mais interessantes do que as que nunca sequer passaram por perto de qualquer frustração.

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Fonte: Eunice Ferrari
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