Encontro de almas: um amor de florescer

21 mar 2017 - 14h46

Brotando de uma forte intuição que tive, aceitaram meu conselho de se conhecerem e passarem o final de semana na praia para ver se dava química. Ao regressarem, vieram dividir boas novas com a madrinha. Estavam felizes e gratos.

Contaram do calor que fazia. O sol escorrendo pela praia toda, tingia a casa inteira de vermelho: canteiro apropriado para semear amor de superação, de sair do casulo, de vencer o medo, de dividir.

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Na chegada ele estava ansioso, ela receosa. Mas, depois do mar, descendo a tarde, na intensidade dourada do crepúsculo, sentiram – intuição aguda, na pele – que as coisas conspiravam favoráveis.

Foto: courtneyk / iStock

Esmeraram no jantar, simples e romântico. Ela cuidou dos espetinhos de camarão ao caramelo de gengibre. Ele das batidas de abacaxi. Não colocaram música, bastava o cri-cri-cri dos grilos cantando baixinho. Não acenderam o par de velas, bastava o luar pleno e a profusão láctea de tantas estrelas espalhadas por um céu vertiginoso.

“Marina”, ela me disse, “aquele primeiro abraço eu guardei no meu museu de momentos, na sala das obras-primas, bem protegido”. “Marina”, ele me disse, “foi uma alegria feroz, todo um álbum de fotografias que, mesmo nunca tiradas, eu posso repassar em detalhes”.

Rodeados pelo o aroma intenso das flores coloridas do pequeno jardim – Brinco de Princesa, Saia Branca, Cabelo de Anjo, Umbigo de Vênus – tiveram a noite perfeita que ambos almejavam. Desejo, realização, resgate e alívio de infelicidades passadas que levavam como um fardo.

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O que não sabiam – e tomei como certeza de que o encontro era de almas – é que naquela mesma noite de reparação, bem longe deles e do mar, eu os encontrava em sonho. Vinham da água abraçados, nus, cheios de sal, as ondas lambendo os tornozelos. Diante de mim estendiam um ramalhete de flores que unidos seguravam com as quatro mãos. Juntos falavam: “essas flores todas não são apenas nossas, são suas também”.

Jovens e alegres no sonho, estavam, dias depois, aqui no meu consultório, ainda mais jovens e ainda mais alegres. Percebi como precisavam de pouca coisa. Ela com os cabelos castanhos e compridos, ele com os olhos verdes e profundos.

Naquela noite, outro sonho. Apenas um lampejo. Breve. A menina – um amor! – muito linda: “me chamo Flora”. Acordei muito comovida. O cabelo castanho, o olho verde e a boca tão vermelha.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

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