A felicidade. Sempre ela: a procurada, a elusiva... Quanto mais perseguimos, mais ela parece se afastar (arre!). Como é difícil de encontrar, mesmo nos melhores tempos. E, se não concordarmos com mais nada, podemos concordar que estes (nossos) não são os melhores tempos.
Um ar de tristeza prevalece. Quer dizer, por detrás da cena colorida e cheia de risos, na ribalta, um ar de tristeza prevalece. Além da alegria falsa e artificial, bem sei, muitos se resignam ao desespero silencioso.
Num mundo assim degradado, não dá para escapar do emaranhamento das teias, a postura responsável é, então, buscar sossegar e tranquilizar coração, mente e alma. Conduzir-se em particular de maneira modesta, discreta e despretensiosa, como é exigido, não apenas por boa educação, mas pelo respeito aos tempos difíceis que correm.
Tempos sombrios? Sim. Melancólicos em sua pequenez. Cheios de complicação e culpa. Onde buscar reforço e auxílio. Nos mestres espirituais (sempre e repetidamente) e, por que não, nos pensadores da superação? Gosto de citar Albert Camus, escritor que repetidamente lembra que todos os tempos são tempos sombrios para alguém.
Camus elabora uma rica e interessante perspectiva, infelizmente pouco valorizada hoje em dia, numa época que ama os extremos: a de uma felicidade é moralmente responsável. Uma felicidade dentro de balizas corretas e lúcidas.
A lição de Camus, com suas razões para ser feliz, é verdadeiro tônico contra tanta negatividade que nos rodeia, distorcendo nossa visão lúcida das coisas e da vida. Uma constatação: estamos divididos entre uma frouxa felicidade de aparência, quase inverossímil (vide Instagram), e uma tristeza espalhada no cotidiano. Camus apresenta uma solução afinada, nem tanta tolice alegre, nem tanta negatividade. Somos, ensina o escritor, pessoas que resolvem problemas, e por isso fazemos a diferença!
Razões para ser feliz? Feliz de verdade? Com consistência? Um caminho: solução de problemas, construção de um mundo melhor, compromissos com o humano da humanidade. Em resumo, esperanças inteligentes contra os extremos da alegria vazia e da tristeza destruidora.
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