Assim como as crisálidas viram borboletas, as pessoas se transformam com a chegada de um amor, que modifica a vida como uma revoada de borboletas modifica a paisagem.
Ocorre que as borboletas, frágeis, efêmeras, são seres de uma vida muito rápida. Enquanto voam enfeitam e colorem o mundo, trazendo alegria — porém por um tempo muito pequeno.
Às vezes o mesmo se passa com o amor. O objeto do amor chega, fica um tempo, diverte, enfeita, colore e depois some, se retira, ligeiro, do nada, sem dar uma explicação justa.
É complicado porque não estamos preparados para uma permanência curta e rápida de um amor — nosso instinto de posse e preservação quer manter, aprisionar.
Mas, atenção, um amor fugaz pode ser libertador, oportuno, carregando paixão e sentido. Um amor assim abençoa a vida da gente, faz a gente se sentir confortado, e mesmo que dure o piscar de um voo de borboleta, enaltece e complementa, enche de felicidade — principalmente porque não carrega a cobrança de qualquer obrigatoriedade, de qualquer amanhã.
Mas, não! A gente humana tem uma grande necessidade de possuir, de abarcar por toda a vida o ser inteiro — corpo e alma. Quer exigir: que seja de mim, e só de mim, que essa pessoa ame.
Exclusivistas queremos promessas de amor pleno e infinito, sendo que todas as alegrias e preocupações do ser amado devem ser, obrigatoriamente, divididas com o outro.
São tantos os exemplos que nos alimentam quando estamos apaixonados e enamorados. Por que não tomar, entre eles, o exemplo das borboletas? Há tantos amores. Por que não o amor borboleta?
Elas nos mostram como as coisas efêmeras também tem grande valor, pois criam situações diferentes nas nossas vidas. Vale a pena aceitar uma relação amorosa dessas passageiras, dessas que não serão duradouras. Sem a tensão de acertar tudo para não perder ou afastar a pessoa amada, o nosso comportamento se mostra tranquilo, livre de problemas.
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