Aprenda a alimentar o espírito valorizando as coisas simples

<p>A pessoa interessada em evoluir espiritualmente precisa buscar a seiva mais delicada</p>
A pessoa interessada em evoluir espiritualmente precisa buscar a seiva mais delicada
Foto: Getty Images

O espírito não se alimenta como o tigre, e sim como a andorinha. Sem a voracidade do grande carnívoro, capaz de ingerir de uma só vez um quarto traseiro de ovelha, é de grão em grão que nossa fome de coisas esotéricas pode ser saciada.

Para o apetite espiritual, fragmentos que aparentam ser migalhas se tornam partículas de grande poder nutritivo, conseguem fixar a energia e plenitude de força de acontecimentos vividos, experiências que nos formam e esculpem. São bocados mínimos que enchem a barriga, confortam, iluminam os caminhos e doam sentido ao cotidiano e seu tom usualmente acinzentado.

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Na corrida apressada de todo dia, mal podemos perceber os contornos das coisas de pequena escala. O relógio impera, as responsabilidades nos espremem contra a parede. Por isso mesmo, como estratégia de saúde e sobrevivência, programe-se para aproveitar ao máximo o néctar quase invisível que inunda o espaço que nos rodeia.

As possibilidades são muitas. Gestos, atividades, oportunidades que substituem nossos olhos por binóculos, fazem o mundo se aproximar, tudo ficar mais compreensível, melhor delineado, ganhar detalhe e nitidez.

Como o beija-flor, a pessoa interessada em evoluir espiritualmente precisa buscar a seiva mais delicada, um quase nada, o detalhe miúdo. É a gotícula fragmentada de água que gera o arco-íris. A postura a ser adotada é a de admiração, surpresa com as coisas como se as encontrasse pela primeira vez, criança novamente.

Os veios dos rios de seiva no verde profundo das folhas, o cristalino toque de sal na lágrima, o brilho alegre no olhar do cão que ganhou um afago na testa, o vermelho intenso nos lábios da garotinha que acabou de ganhar um picolé em uma tarde escaldante de verão.

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Todas essas coisas, fios de um mágico tear encantado, portadoras de vida, nos instruem no sentido de compreendermos que nossa vocação, a verdade maior desse plano cósmico, é simplicidade. Um (aparentemente) simples abraço vale, no câmbio espiritual, mais do que um colossal conjunto dessas mercadorias que se mostram nas vitrines; uma mão estendida, mais do que qualquer coisa que possa comprar nosso cartão de crédito.

Cercados por tanta vaidade e coisas vãs, quinquilharias materiais e apetrechos materialistas, precisamos nos esforçar para continuar garantindo que as coisas espirituais sigam brilhando - justamente porque elas são ouro, ouro verdadeiro.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Terra
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