Tudo está em fogo. As chamas: desejo, ódio, ignorância, morte, tristeza, dor, pesar, desespero, decadência, destruição, impermanência. A lista se estende.
Há alguma água capaz de apagar tais labaredas? Sim, a espiritualidade, o entendimento de que o cotidiano é ilusório e passageiro. Vida e morte, prazer e sofrimento, êxito e fracasso – não devemos ser nem amigos nem inimigos dessas ficções.
Nem uma posição nem outra? Isso mesmo. O correto é escolher o “caminho do meio”, verdadeiro hospital de Medicina da Alma.
Medicina? Exato. Medicina como a outra, a física, também envolvida com o entendimento da doença, o diagnóstico, o tratamento e a cura. Ou, em outros termos, o sofrimento, a origem do sofrimento, o caminho que conduz à aniquilação do sofrimento e, finalmente, essa tão almejada aniquilação do sofrimento.
Vejamos, detalhando cada etapa, cada uma dessas fases:
A doença: é sofrimento? É estar com o que se odeia, não estar com o que se ama; desejar e aspirar e não conseguir.
O diagnóstico: qual é a origem do sofrimento? O desejo. Um desejo que se alarga, uma vontade que não pode ser saciada – quanto mais em direção a ela se caminha, mais ela se afasta.
O tratamento: como aniquilar tal desgaste? Buscar correção. Mesmo errando, não perder de vista a busca de correção. A ação correta, a palavra correta, o esforço correto, a concentração correta, o pensamento correto, a vida correta.
A cura: como ter certeza do sucesso, da aniquilação do sofrimento? Verificar se, numa ou noutra área, numa ou noutra perspectiva, num ou noutro aspecto da vida se a sede não se abrandou, se ela não vai se saciando (ou, ainda melhor, já não se saciou por completo).
Tratamento feito, cura obtida, o sabor de sal vai se transformar, se abrandar, torna-se sabor de salvação.
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