Evite o 'amor labirinto' com maturidade espiritual

10 mai 2018 - 11h00

Dois tipos de amor: labirinto ou linha reta! Duas organizações do carma, experiências diferentes que podemos experimentar no plano físico em que nos encontramos atualmente.

Foto: koya79 / iStock

O amor em linha reta, desejado por cada um de nós, é simples em todos os aspectos – inclusive na forma de descrevê-lo. Duas almas se encontram, se reconhecem, se comprometem e seguem suavemente entrelaçadas.

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Já o amor em labirinto é bem peralta – Ah, Cupido, maroto, travesso! –, mais comum, estimulante e intoxicante nos níveis que vão do divertido ao enlouquecedor, desorienta-nos por longos corredores de encontros e desencontros.

Como diz Camões, “tão contrário a si”, é liberdade e servidão, sonho e insônia, alegria e tensão, felicidade e tristeza, cura e doença, calor e frio, tranquilidade e distúrbio, satisfação e angústia, peso e leveza, acerto e erro, a coisa e seu inverso.

São assim os labirintos, feitos para confundir, embaralhar os pontos de referência. Neles cometemos facilmente erros de navegação que bagunçam tudo – direita confundida com esquerda, adiante trocada pela ré, uma direção acreditada como sua oposta.

Para piorar as coisas, muitas vezes, sem que se perceba, a ampulheta torna a se inverter, calibrando de novo as coordenadas, emparelhando a bússola mental com os pontos cardeais reais. Estranho? Claro que sim. Se não fosse, não seria um labirinto, seria um campo aberto onde verdade e falsidade não se misturam, não causam tantas confusões.    

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Outra característica dos labirintos: como a própria vida, eles também não são lacrados. Por mais longos e enovelados que sejam seus caminhos, há saídas que desembocam na liberdade. Mesmo as mais compridas paredes terminam em pórtico, não aprisionam para sempre o corpo e a mente.

Muito importante para compreender o quanto se está enredado num labirinto é avaliar dois processos. Contraditórios, eles são confusos mesmo. Afinal, trata-se de labirinto e não de caminho convenientemente sinalizado.

O primeiro deles é o que chamo de “acende-apaga”. As coisas mudam radicalmente num piscar de olhos e, em curto espaço de tempo, tornam a cambiar novamente para voltarem como antes. Um agregado desestabilizador de incoerências e falta de razões aparentes. Carinho, agressão, carinho; serenidade, explosão, serenidade; acolhimento, repulsa, acolhimento. Tantos exemplos.

O outro é o que chamo de “voltas do pião”. Rodar sem avançar, marcar passo. As decisões são discutidas, amadurecidas, acordadas, tomadas – tudo ótimo. Mas, na hora do vamos ver, nada! Fica-se na mesma. Como o pião, girando bonito, encantador, balé de tantos círculos. Nenhum progresso, uma dinâmica vazia, movimento sem progresso.

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Fonte: Marina Gold
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