Há alguns dias nossa atenção se voltou para os céus. Houve um eclipse. Fenômeno celeste que, segundo registros históricos e antropológicos, chacoalha a imaginação e o espanto humano há muito tempo, eras afora. Interessante e curioso, o eclipse nos indica uma riqueza de sentidos figurados e metafóricos, estimulando uma série de reflexões que gostaria de compartilhar com meus leitores, com minhas leitoras.
De onde vem essa força mística posta em movimento por um eclipse? Acho explicação no fato dos fenômenos da vida imitarem os fenômenos da natureza – ou, pelo menos, se relacionarem em trilhas paralelas.
Como será que um eclipse se entrelaça aos acontecimentos mais íntimos da Natureza Humana? Como toca as configurações avançadas na Natureza? Como indica os instintos que permeiam a alma de todas as coisas que existem no universo?
Se assim for, se os Fenômenos Humanos e Naturais se abraçam numa equivalência de modelo, como se o Humano refletisse sempre o gabarito fornecido pela Natureza, aí é possível comparar uma Grande Paixão a um eclipse.
Claro está que existem escolas de esoterismo que preferem ver no eclipse premonições e sinalizações de futuro, momentos de consolidação das junções dos acasos, toda uma tradição clássica de mensagens e decifrações da Inteligência Universal.
Eu, modulando outra sensibilidade, prefiro entender o eclipse, além dessas consolidadas posições de esoterismo, como imagem de um acontecimento bastante corriqueiro em nossas vidas: a Grande Paixão.
Um eclipse do sol, que escurece a Terra e engana os pássaros, é como a cegueira absurda de uma paixão solitária. Os olhos se fecham, as luzes se desorganizam. O ser apaixonado mergulha na paixão de forma desordenada – não é por outro motivo que a pessoa envolvida nessa situação é chamada de obnubilada, eclipsada.
Essas Grandes Paixões, como eclipses, são estados de exceção, ilusórias e enganadoras. Por um tempo as coisas se confundem, mas, depois de trânsito, as coisas exigem um retorno à realidade e posterior reordenamento do cotidiano.
Claro que, sempre há pessoas que preferem viver num perpétuo eclipse ao invés dos dias plenos de sol. Não hesitam trocar um amor ajustado por uma grande aventura. Também há pessoas que se fortalecem ao entender que aquele ex-amor não passou de eclipse, transitório, superável.
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