Tá por pouco, só mais um tiquinho... Vai-se embora agosto, mês famoso “do desgosto”. Reconheço a luta de muita gente esperando ansiosa o dia 31, último de um mês longo e malfadado. Como gostar dele, associado tradicionalmente a sortilégios e complicações, época de cachorros loucos, azares e da mais temida entre as temidas sextas-feiras do dia 13 – que nos poupou neste ano.
Em geral, ao longo dos meses, energias (elevadas ou baixas) transitam num sobe e desce, se enfraquecem ou se fortalecem em uma ou outra ocasião – datas especiais, feriados, dias marcantes. Em agosto, que rumamos para ultrapassar, há uma complicada concentração de aspectos de superstição e temor.
Desde há muito a tradição popular indica o mês como cruel. O inverno está no auge, acumulam-se as noites mais longas e frias, cheias de vento e neblina, reforçando a sensação de desamparo e azar.
Nessa circunstância a somatória de inúmeras experiências individuais cria uma coletivização de cargas negativas, perigosa fonte de sugestionamento e autossugestionamento, caminho aberto para situações enganosas.
A angústia se instala e, em grande medida, se alimenta dela mesma. O medo de que algo dê errado – uma briga familiar, um desacerto no amor, um problema de saúde, uma demissão no trabalho, etc. – vai funcionar exatamente como força propulsora do erro.
Conheci gente que se preparava para o mês complicado já na madrugada de abertura. Dormiam em 31 de julho com a cabeça presa ao problema que, inevitavelmente, ocorreria num dos 31 dias seguintes. Pensavam (em processo de sugestionamento): “Vai ser longo, algo vai dar errado”. A expectativa direcionada para baixo, para o pior, instalada como desgastante força contrária.
O que é preciso destacar? Observar que a dinâmica dos Carmas, emanando dos Mistérios da Espiritualidade, não segue qualquer tipo de calendário, daí o equívoco de se acreditar na generalização de datas, sejam pesadas ou propiciatórias.
Não há momento de infortúnio que se esparrame sobre todas as pessoas. Quando muito pode haver a coletivização em um grupo (maior ou menor, mas nunca a totalidade humana) – os vencedores de um bolão da loteria, os que embarcaram naquele avião.
Entender isso é abrir caminho para fugir do inimigo pessimismo coletivo. Nos seus momentos de reflexão, ao invés de comemorar o final de mais um agosto, avalie o que vem pela frente, setembro, com as peças e peripécias que ele, como todo e qualquer mês, pode trazer.
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