Passei os últimos dias refletindo sobre a coluna publicada na última semana (“Com história de amor”) e constatei pesarosa que sim, que é possível que o Carma, muitas vezes, seja mais resistente e inabalável do que qualquer ajuda que pode ser oferecida na tentativa de aplacá-lo.
O interessante no exercício da vidência é perceber que da individualidade de alguns casos acaba por brotar uma conjuntura com facetas semelhantes, o que leva a situação ao nível da universalização, servindo como modelo, exemplo para inúmeras circunstâncias.
A situação que experimentei ao longo da semana, motivada pela publicação do meu texto (que eu mesma entendia como uma “garrafa de náufrago”), é espelho que reflete um dos mais amplos temas da nossa trajetória de crescimento espiritual: a problemática de como vencer um carma amoroso.
Mas – curiosos os desdobramentos das coisas da sorte na vida –, na ausência silenciosa da minha amiga, uma porção de novos clientes me procuraram com a mesma história: algumas parecidas, outras bem semelhantes, irmãs gêmeas daquela que eu tinha exposto no meu texto.
Consultar e ajudar essas pessoas – libertando carmas amorosos e concluindo relações de paixão que ficaram incompletas – foi bastante gratificante. Essa atividade ajudou-me a lidar com a tristeza profunda de não ter, como eu tanto anseio, notícias da minha cliente.
A cliente para quem escrevi o texto e com quem eu precisava de um contato não se comunicou comigo. A energia espiritual do falecido companheiro dela segue, do lado de lá do grande muro que separa a dimensão espiritual da nossa, me acompanhando, aguardando a oportunidade de apresentar suas razões e justificativas a ela, pois só ela pode perdoá-lo, entendê-lo.
Continuo tentando, percebendo que o carma realmente trunca os caminhos enquanto não for hora exata de ser resolvido. Sigo triste como um médico que tem o diagnóstico e o remédio, mas não encontra o paciente que necessita tanto deles.
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