Um consultor esotérico abraça corriqueiramente o risco de ficar dividido entre sentir pena (são tantas as situações graves e comprometedoras) ou encarar corajosamente a verdade (muitas vezes dura, pesada, negativa e cruel).
Quantas vezes diante de mim, ali na minha mesa, pessoas fragilizadas por esse ou aquele motivo. Nessas circunstâncias, é possível que surja a tentação de aliviar os pesos, criar ficções – trata-se de misericórdia espontânea, infelizmente inútil e contraproducente.
Precisei anos de amadurecimento e treino de coração para não ceder jamais, em hipótese alguma, diante desse cenário. Sei, lá no fundo, dizer uma mentira piedosa funciona apenas como alívio passageiro, bálsamo fraco que não tem propriedade de cura.
Lembro-me de um grande número de pessoas que me procuraram (e outras que sei ainda vão me procurar) porque lhes havia sido garantido aqui ou ali: “Ah, fique tranquilo, esse Grande Amor vai retornar breve, para sempre e, melhor, submisso!” Ô, quanta gente: para alguns a espera já vai longa, para outros, longuíssima... Ainda assim a Esperança, inquebrantável, aguerrida, segue altiva.
Sofro por (e com) toda essa gente. Não consigo pactuar com esse tipo de solução. Trato logo de desfazer os equívocos cheios de ilusões vazias. No intuito de libertar que me procura, ajudo de verdade quando, ainda que incomodando, limpo a ferida – arde na hora, cicatriza depois. Deixar a coisa lá, cheia de pus, é daninho e danoso.
Contudo, por mais espantoso que pareça, agarradas que estão a falsas certezas, a maioria das pessoas teimam em não aceitar, garantem que estou equivocada, que outros é que estavam com a razão. Em situações de grande abandono e sofrimento, é custoso trazer o indivíduo para a realidade, ele prefere morrer desvalido e seco, solitário na imensidão gelada do cruel castelo da fantasia. Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui