Vinte de março marcou o início oficial do Outono. Pessoalmente adoro essa quadra do ano, nostálgica. O verão, exuberante e ardido, vai se afastando, empurrado para longe por temperaturas mais amenas. A sinfonia da vida desce uma oitava. O cotidiano abaixa do galope ao passo. O mundo é sombreado por serenidade.
A beleza do calor, presente nos últimos meses, se renovará, diferente, mais contida, em tons pastéis: outras cores, outras luzes, outros aromas, outros sabores. O coração tranquiliza, desaquece, abranda o ritmo, altera o compasso no vivenciar de uma temporalidade que se alonga como se os dias, horas, minutos, se estendendo, passassem mais devagar.
No outono, com menor pulsação ao redor, podemos contemplar as coisas – todas as coisas: materiais, psicológicas e espirituais – com maior definição e foco na riqueza de detalhes. Visitamos as mesmas paisagens, já nossas conhecidas, e nos surpreendemos com coisas, contornos e aspectos, que ainda não tínhamos notado.
No outono, introspectiva, a escala de viver se torna diferente da anterior. Rodeados por energias próprias dessa estação do ano, podemos aproveitar para resolver uma série de questões que misticamente só podem ser abertas e acertadas nesses dias.
Este período, menos agitado e congestionado, é momento indicado para o autoconhecimento, exploração interior, diálogo com nossa subjetividade, reequilíbrio correto das polarizações espirituais e valorização dos processos de crescimento e libertação pessoal.
Deixando para trás a pulsação juvenil do verão, dirigindo-se para o resguardo do inverno, o momento é de transição, feito sobre medida para encontrar serenidade, prazer, felicidade mesmo diante dos inúmeros problemas e obstáculos que se colocam como nossos adversários.
Quando chega o outono, inspirada pela imensa harmonia de um céu cristalino, lembro-me de uma profunda lição de sabedoria: é pessoal e intransferível a responsabilidade de cada um de nós em buscarmos o melhor regime, a melhor experiência, a melhor forma de vida.
Que bom poder viver de novo o outono, as tardes cristalinas, o ar mineral. Abre oportunidade de encontro íntimo, convida nossa espiritualidade a afastar a ignorância e o sofrimento, desmascarar as aparências, buscar conforto, mostrar que estamos destinados ao bem e à felicidade.
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