Com frequência as pessoas se assustam indevidamente com premonições negativas. Duas questões se somam e, uma fortalecendo a outra, geram confusão.
A primeira delas: carregamos, como uma marca de nossa origem, um desejo de antecipar (para evitar) riscos e coisas ruins. Continuamente nos esforçamos para nos afastar de qualquer desastre ou infelicidade. A mente, sob demasiada pressão psicológica, pode ser facilmente capturada pelo medo, desembocando em manias e ilusões.
A segunda delas: de fato a dinâmica espiritual ao nosso redor pode destilar vestígios (infelizmente limitados) indicativos dos desdobramentos de destino cármico. Trata-se de voz suave. Por mais que agucemos os sentidos para ouvir melhor o que ela tem para dizer, mesmo com esforço, em geral pouco discernimos.
Para complicar ainda mais as coisas é preciso compreender a existência de dois tipos de premonição. Uma delas, a pré-concebida, bastante incomum, é legítima, inspiradora, uma importante baliza na nossa caminhada espiritual.
A outra, pós-concebida, brota contaminada pela nossa fragilidade e angústia, simples sintoma de preocupações, não oferece nada além de uma imagem distorcida do próprio problema desencadeador ou novidade que a gerou.
Vamos entender melhor pelo exemplo. Primeiro um relato de premonição pré-concebida – se essa terminologia parece redundante (com razão), basta nomeá-la premonição, notando-se tratar da autêntica.
M, em curto espaço de tempo, teve dois sonhos em que sua filha caminhava sob a chuva, tremendo de frio, desamparada num descampado vazio e escuro. Ela, que no sonho era a lua (coisas do onirismo), lançava do alto seus raios de luz branca para tentar auxiliar, indicando o caminho correto.
De nada adiantava. Ricocheteando nas nuvens carregadas, esses raios tornavam a subir, não ajudando. De fato a moça conheceu um rapaz, casaram-se. As consequências foram desastrosas, deixando feridas que ainda sangram e doem.
Bem diferente é a história de premonição (pós-concebida) de W. O filho havia se casado e na semana seguinte ela teve duas vezes o mesmo sonho. Estava com a nora na saída de uma loja. Carregando sacolas, um pouco desajeitada, ela entregava para a moça sua bolsa (com bastante dinheiro, documentos, cartões). Passava uma motocicleta, puxava a bolsa das mãos e levava embora.
Aviso? Agouro? Mau sinal? Nada disso, apenas uma reação do psicológico diante das novidades e das ansiedades da nova situação instaurada. Tal premonição, sem maior refinamento, pode até gerar alguma superstição, nada além.
De fato, diferentemente do primeiro caso, W adora a nora e atualmente, vencidas as dúvidas iniciais, tem ótimos sonhos nos quais ela surge sem ser vítima de qualquer assalto ou coisa encrencada.
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