Dar de si: as pessoas precisam reaprender a se dar melhor aos outros, ter maior dedicação àqueles que estão ao redor e, até mesmo, a se entregarem melhor a si mesmas.
Com o advento das redes virtuais, as relações também se tornaram virtuais (instantâneas, fugazes, fugidias, superficiais) e, seguindo o modelo que vai avançando por todos os cantos, pouco consistentes – ecoam o descompromisso de tudo, angustiante marca de nossos dias.
Veja quanta gente se mata de trabalhar, ou se atormenta com medo de perder a posição. Tem aqueles que brigam com os familiares, arrumam casos com os amigos, ou, pior, se metem em uma história de amor encrencada, impossível, dessas que anulam e arrasam qualquer pessoa, mesmo as menos sensíveis.
Atitudes destrutivas como essas, que levam ao boicote pessoal, à anulação da personalidade, impedem que a gente se dê de verdade a nós mesmos ou às pessoas em torno, que merecem mais, para confirmar que as queremos bem.
Quando circunstância geladas assim cobram seu preço, geralmente trazendo uma grande solidão, a nossa vontade é de abrir novos horizontes, adquirir novos conhecimentos e, devido às dificuldades da vida atual – marcada por pressa, acúmulo de tarefas, correrias inadiáveis – acabam por nos conduzir sempre e sempre em direção do que é mais fácil e acessível, de novo às redes virtuais.
Nesse território, enigmático e pouco humanizado, as esperanças são distribuídas de braços dados às desconfianças, perigos e medos. Nesse universo tudo pode ser de verdade ou de mentira, a surpresa agradável pode ser acompanhada pelo susto, pelo golpe tremendo.
Com seu caráter ambíguo, às vezes facilitadora e outras comprometedora de novas relações, a internet ainda é um meio viável e possível para conhecer novas pessoas, estabelecer novas relações, adentrar novas circunstâncias. Claro está que não se pode entrar em território tão denso desses com ingenuidade, abrindo os braços aos enganos que espreitam por todos os lados.
Na minha experiência já vi casais que se conheceram “pelo computador” e acabaram por se unirem em felicidade. Por outro lado, vi quantidade bem maior de gente ser enganada por pedidos de ajuda urgente, dinheiro, desculpas as mais estranhas e desconfiáveis.
A mais curiosa foi de um indivíduo que pedia dinheiro à minha cliente para se libertar de cativeiro imposto por Piratas da Somália! Dar de si é ótimo, mas é preciso atenção com piratas, da Somália ou do Caribe.
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