Como em qualquer atividade profissional, um vidente também pode cometer erros. Da mesma forma que advogado, médico, professor, vendedor, alfaiate, entre tantos outros, um sensitivo também pode se enganar. Não é porque a atividade é mística que se tem a obrigação de acertar sempre.
Para testar as capacidades de percepção especial, alguns consulentes se mantêm fechados (completamente imóveis e calados), absolutamente sem reação, impedindo a vidência, pois num caso desses, não ocorre a interatividade e o sensitivo acaba por sofrer um desgaste que não justifica, nem de longe, o preço da consulta.
É como se um indivíduo fosse ao médico com dor de garganta e se recusasse a abrir a boca para ser examinado. O profissional correria o risco de fazer um diagnóstico inadequado. Assim também pode ocorrer com o sensitivo, e ele acaba por cometer enganos.
Certa ocasião atendi um homem, enviado por um grupo de mulheres que sabiam do meu trabalho, tinham interesse, mas ainda não haviam me consultado. Ao olhar o indivíduo na soleira da porta, percebi o problema adentrando minha sala. Eu vi exatamente ele se oferecendo àquelas pessoas para vir antes delas e me testar, pois ele tinha certeza de que vidência não existia.
Iniciei a consulta, porque uma das coisas que vim consertar nessa vida é a teimosia e, em menos de 10 minutos, confirmei minha percepção. Ele estava ali, na minha frente, para fazer as pessoas desistirem de vir. Percebendo seu comportamento, iniciei por ver os fatos que ele não tentou fechar para mim, pois não sabia que a vidência poderia alcançá-los, como por exemplo, a vida dos dois irmãos, a antiga empregada da casa materna. Porém, o que era realmente importante, eu não tive condições de ver.
Isso o deixou muito feliz, tanto que ele se sentiu poderoso, herói e muitíssimo inteligente. Esse estado de alegria transformou-se em raiva, quando ele, todo orgulhoso, tirou o talão de cheques do bolso e quis me pagar.
Tenho parâmetros muito severos quando se trata de pagamento e, por isso, nunca cobro honorários no caso de uma consulta não andar bem. Expliquei que ele não me devia nada, uma vez que eu não tinha visto o essencial. Ele ficou inconformado e queria pagar de qualquer maneira. Era essa a forma através da qual ele poderia provar às suas amigas que eu não era confiável.
Embora eu garantisse que essa era a regra da casa, ele partiu ainda desconfiado. Depois, eu soube que ele não disse a verdade aos demais, tendo omitido que não cobrei os honorários. Eu, que em geral sou paciente e educada, não disse nada a quem me informou.
Como neste mundo tudo o que acontece é vontade de Deus e, por isso, é para o bem, esse episódio foi muito bom para mim. Se soubesse que iria aprender tanto dessa experiência, eu teria pagado os honorários.
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