Morte, separação, perda, afastamento. Coisas que marcam, doem, deixam cicatrizes. Caminhos complicados, passagens amargas, situações de vida difíceis tanto no momento de encará-las como nos seus desdobramentos futuros.
Amadurecer ao enfrentar essas adversidades ensina uma série de lições. Um dos desafios que brotam daí é entender o seguinte: sempre que uma pessoa querida se vai – seja um familiar, um amor, um amigo, mesmo um animal de estimação –, temos a tendência natural de buscar o reencontro, preencher o vazio.
Muito frequentemente essa tarefa é bem sucedida. Conseguimos achar alguém que se encaixe no lugar simbólico/espiritual anteriormente ocupado por quem nos deixou. Não é incomum outra pessoa tomar a posição de quem partiu.
Quando uma substituição dessas é feita, há uma carga bastante intensa de reposicionamento de energia. Toda aquela dirigida ao perdido se reorganiza em relação ao recém-chegado.
Nessa situação frágil e crítica, é importante deixar para trás todo e qualquer traço do relacionamento antigo. Um erro comum é cobrar da pessoa escolhida, que ela seja igualzinha ao ser agora distante.
Pode mesmo haver uma grande correspondência, similitudes. Um determinado gesto, olhar, cheiros. Certas situações e circunstâncias curiosamente parecidas, lembranças que afloram, memórias, saudades.
Contudo, outros momentos, não tão nostálgicos, também farão parte da nova experiência de vida. Serão totalmente novos, inéditos, estranhos, nada reconhecíveis.
Nessa dinâmica entre o repetido e o novo, entre o passado (que ainda não se apagou de todo) e o futuro (que ainda não se afirmou por completo), abre-se uma valiosa oportunidade de acertos do carma.
Esse momento de recomeço, de início de ano, de novas promessas, é propício para equilibrar tais questões: desprender-se não apenas daquilo que se foi, mas também (e principalmente) da imagem e dos assombramentos que podem ter restado.
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