Não posso deixar de concordar com o grande novelista norte-americano Herman Melville quando, lamentando, afirmava: “pobre humanidade”. Sim, pobre mesmo, afogada em preços e esquecida dos valores.
Não se distingue mais o básico do complementar e o simples do complexo. O essencial soterrado pelo acessório, o inútil elevado ao trono de razão de viver. Um ter que cobriu o ser, um consumir que é consumir-se, sumir-se, sumir. Qualquer besteira empurra as pessoas para o abismo da frustração, negação do espiritual, infantilização e insegurança ganhando espaço e potência. Pena, penas.
Precisamos entender: a vida não diz respeito apenas aos resultados materiais; é um estado de encantamento pela beleza do milagre de estar vivo, pela dádiva de cada luta e pela legitimidade de cada conquista.
Minha indicação (se permite o querido leitor) é no sentido de celebrar a leveza e o bem-estar de momentos de alegria. Experiências agradáveis, lúdicas, cheias de sensações e marcantes na memória. Falo de grandes e pequenos prazeres, que celebram o corpo, honram a mente e iluminam a alma.
Aproveito para compartilhar a minha lista genérica de sugestões, não sem antes deixar um pedido e uma observação. O pedido: se você quiser acrescentar algo, escreva-me (o e-mail está abaixo). A observação: claro que o mais importante (e, por isso mesmo não figura na lista) é “fazer qualquer coisa com gosto”, seja lá o que for, desde que, óbvio, edificante.
Então, vamos lá. Pondere, montando sua lista pessoal, o quanto você, na busca pela felicidade, exercita algumas dessas dádivas: namorar, caminhar, passear, viajar, dormir bem, tirar uma soneca, alongar, andar de bicicleta, nadar, comer corretamente (degustar um bom chá ou café, taça de vinho, frutas, pão saboroso, chocolate, sorvete ou mesmo um simples copo de água fresca), observar as estações do ano, jogar, brincar, tomar um bom banho (sabonete cheiroso, barba bem feita, cuidados com a pele e os cabelos), vestir uma roupa confortável, o pijama mais agradável, usar o cobertor mais fofinho, rir, se divertir, abusar do bom-humor, conversar, ouvir, acolher, exercitar a respiração, meditar, cozinhar, dançar, desenhar, silenciar, acender velas (e desfrutar da atmosfera tranquila), contemplar, cuidar de plantas e flores, dedicar-se a trabalhos manuais, interagir com uma criança, com um animalzinho, aproveitar o sol e a lua, a chuva, o vento, a neblina, respeitar uma boa dieta para os cinco sentidos – leitura, música, cinema, poesia, arte e cultura em profusão. Tanta coisa interessante e recompensadora. Acrescente suas preferências pessoais e não se esqueça de orar e agradecer.
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