Vidente: as tramas da espiritualidade no amor e no sexo

Vidente se mostra preocupada com as alienações e vazios amorosos e sexuais dos dias atuais

3 mar 2016 - 15h51
(atualizado às 18h59)

Quantas histórias já passaram por mim. Compartilhei inúmeras situações cármicas, incomodando-me sempre com a imensa capacidade humana de se culpar, encontrar maneiras destrutivas, inferiores e vingativas de olhar e se relacionar com as coisas. Quando o tema é a sexualidade – caramba! –, é costumeiro o caldo entornar.

As pessoas, muitas vezes (infelizes) se mostram pouco evoluídas, não entendem que a sexualidade é uma dádiva que deve fazer par perfeito com a espiritualidade, união geradora de um poderoso combustível não apenas para o corpo, mas para a mente e para a alma também.

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Foto: iStock

Pena que a beleza desse enlace esteja um pouco desvalorizada nos dias atuais de explícito exagero pornô por todos os lados. As intenções puramente corporais soterram as sutilezas mais sensíveis e carinhosas. A busca desenfreada de prazer é atropelada pelo superficial, pelo que não dura muito, pelas saciedades que repelem engajamentos profundos.

Ando preocupada, notando que as pessoas exageram em apostar todas as fichas no prazer pelo prazer: rápido, sem rumo ou complementariedade. A alegria obtida assim – frágil, pequena, provisória, insatisfatória – demanda desperdício de um esforço que estaria melhor canalizado se mais depurado nas artes do Amor (com letra maiúscula), sublime abraço de uma emoção que suga até a última gota de néctar.

Fazer amor sem raiz, sem sentido, sem emoção, sem inspiração é escolher um caminho equivocado. Desconectado da trama mística é simples aventura, furacão corporal, que jamais irá além do lúdico característico do malabarismo circense. Prefiro a dança, com a qualidade emocional de um envolvimento pleno (ligado aos processos místicos).

Como desalienar o Amor nesse nosso mundo banhado por litros de adrenalina sexual? Buscando ampliar o diálogo íntimo com nossa essência, aprofundar o autoconhecimento e a compreensão do outro. Assim podemos ver que a beleza de tudo é reflexo de nosso estado interior, que os momentos prolongados de sentimento profundo são imensamente mais gratificantes e tornam a vida mais doce do que o entretenimento de qualquer sexo vazio.

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Não sou moralista, pudica ou carola. Uso apenas minha longa experiência de contato com histórias e questões da sexualidade humana para concluir que precisamos de mais Kama Sutra e menos cama eventual, mais Tantra e menos sex shops.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Especial para Terra
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