Homenagens de hoje às crianças: justificativa das nossas vidas, razão maior dentre as razões maiores que nos rodeiam. Embutidas, homenagens também aos pais e às mães: doadores, continuadores das trajetórias evolutivas. Por fim, uma reflexão que diz respeito a todos, indistintamente, pais ou não: a força da criança eterna.
A criança eterna, como sugere Fernando Pessoa (no Poema do Menino Jesus, oitavo do ciclo “O guardador de rebanhos”), é aquela força de pureza que nos habita, um pouco da infância que conservamos com a gente, tesouro profundo e de grande valor, motivo e razão para seguirmos rumo a uma vida espiritual mais plena; uma trajetória mais verdadeira, satisfatória e válida.
Todos nós, afinal, merecemos comemorar o dia das crianças. As crianças porque são crianças, com a simplicidade característica de sempre. Os adultos porque foram criança e, mais importante, carregam algo da infância consigo. Pequenas tiras de panos que, mesmo aparentando serem fiapos, funcionam como amarras, fortes e poderosas cordas que sustentam a coesão e a unidade nos momentos mais difíceis.
A criança que fomos, e que continuamos sendo nas nossas fontes secretas, com seu amor desinteressado e paixão absoluta pela positividade espiritual, dá-nos sempre as mãos e atravessa conosco os maiores desafios. Apaixonada por tudo que é verdadeiro, bondoso, belo, correto, valoroso e feliz, nossa criança interior jamais se deixa enganar, perde o prumo ou está desorientada.
Nos momentos de conflito, quando as intensidades das provações do carma são muito grandes, ela pode se aquietar, se recolher em busca de proteção num cantinho da alma, mas abandonar-nos jamais, nunca. Quando as coisas refrescam um pouquinho, quando, abençoadamente, temos a bondade e a humildade de buscá-la, ela se anima, levanta-se de um pulo, corre animada, revive com força dobrada, encanta a vida com a alegria de sua energia e de seu riso.
Em muitas situações de desafio e impasse ganharíamos ao abrandar nossa vigilância adulta, abrir espaço para a criança interior. Ela revela o encanto múltiplo das coisas verdadeiras e simples. Quando, ferida de tanto esforço e combate inútil, nossa mão dói, é para a nossa criança interior, a criança que cada um de nós abriga, que devemos estendê-la. Ela nos abraça incondicionalmente, arrasta-nos para brincar e cantar. Escolhendo a dança ao invés da luta, mostrando como superar toda a injustiça do mundo.
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