Mais de cinco décadas de prática espiritualista comprovaram-me: todos nós temos nosso refúgio sagrado. O mais desprezível dos homens tem seu lugar especial, onde vai buscar a força para seguir vivendo.
O refúgio sagrado, protegido das tempestades, acolhe e proporciona segurança para nosso mundo interior. Lá, nossas misérias, dores e lágrimas se transformam em flores espirituais, chuva benéfica que rega de felicidade nossos corações.
Morada da virtude e da salvação, lá habitam os quatro sentimentos infinitos que podem operar maravilhas no sentido de fortalecer nossa alma. O primeiro deles é a piedade. A piedade funciona como um filtro poderoso: tudo renova, limpando as impurezas das coisas e das pessoas, filtrando a lama acumulada na aventura cotidiana do viver.
O segundo sentimento é a simpatia. A simpatia é semelhante ao fogo: abraça, ilumina e aquece todos os homens em igualdade, não permite distinção alguma em critério de importância: o nobre, o vulgar, o rico, o pobre, o poderoso, o humilde, ela une tudo e todos sem distinção.
O terceiro sentimento é a serenidade. A serenidade é o lago tranquilo e profundo destinado a todos os cursos de água e de chuva: ela acomoda todas as coisas, sem jamais transbordar.
O último sentimento é o de libertação. A libertação nos capacita a enfrentar qualquer tribulação, desafio ou enfermidade: ela fortalece a alma para sustentar sua jornada de paz, mesmo diante de obstáculos que possam parecer mais intensos do que nosso preparo.
Irmanando esses quatro sentimentos, nosso refúgio sagrado, local de progresso espiritual, é a residência privilegiada do amor. Em sua presença, nosso ser individual pode ver sua mentalidade se transformar radicalmente, compreender que o bem do homem depende apenas dele: de amor necessitamos, assim como as plantas precisam de luz.
Amor é a única escada pela qual podemos subir espiritualmente, chegar a camadas mais elevadas, tocar a sabedoria e sermos pessoas melhores. Note que do seu refúgio sagrado ele se estende para todas as quatro regiões, sempre crescente e sem impedimentos, envolvendo todas as vastidões até os últimos confins. Faça dele a razão maior do seu viver, eis
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