Entra o mês de maio e, ano após ano, me pergunto: “para que serve o Dia das Mães?” Entre apelos emocionais, estratégias sentimentais e batalhas comerciais, atravesso o famoso segundo domingo do mês perdida em reflexões.
Para os filhos que, respeitando os pais, fazem esforço para estar ao lado deles, mostrando carinho para com a família, não precisam de qualquer data especial, dia específico. Para eles todo dia é Dia das Mães. Felizes e gratos reúnem-se para celebrar, oferecem o presente que têm condições econômicas de dar e respeitam a continuidade das gerações.
Ao lado, numa outra situação, está outro grupo: o dos filhos que já perderam suas mães e precisam se contentar em visitá-las em comovida saudade, nas lembranças ou nas sepulturas, levando flores, velas, e amor incondicional.
Há também uma terceira categoria: os filhos ausentes. Pobre da mãe que necessita esperar pelo “seu dia”, para que o filho expresse algum amor. Há filhos, porém, que nem nessa data consagrada, comparecem. Quantos se esqueceram das mães em asilos, na casa de uma sobrinha, numa cidade distante e nunca mais voltaram? Talvez esse dia seja especialmente para eles, para testar sua memória e capacidade de gratidão.
Tantos caminhos e uma única certeza: toda e qualquer mãe merece reconhecimento, pelo fato de que deu a oportunidade de vida. Sem ela, nada seria possível. Ela ser boa ou má, não depende dela, e sim do merecimento do filho, que muitas vezes reclama, sente-se injustiçado, e nem percebe que essa foi a melhor mãe disposta a recebê-lo. Vira as costas, não agradece o dom da vida e nunca expressa qualquer gratidão, em nenhuma data, seja ela festiva ou corriqueira.
Sem assumir sua responsabilidade pessoal, um filho que tem a natureza discordante da de sua mãe, acaba por criticá-la, e nem sempre aceita as escolhas de vida que ela fez – muitas vezes, pensando até mais no filho do que em si própria – É bem provável que seja para esses filhos que o Dia das Mães serve.
Talvez a data permita uma reflexão mais profunda e eles ainda tenham tempo de buscar aquela que tem não apenas o mais autêntico amor, mas também o mais emocionado perdão. Fazer as pazes com a mãe é como nascer de novo. Se você precisa, faça o Dia das Mães valer a pena, servir de verdade.
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