Como vidente, aprendo todo dia a separar os dois polos da vida: o material e o espiritual. São dois sistemas diferentes; mais do que isso, antagônicos. Um modelo bipolar que se desdobra em formas divergentes de busca do eu.
Se há um bom número de pessoas procurando a felicidade nas vitrines de cristal dos shoppings; há também quem se consagre a outros desafios, pelas sendas místicas e esotéricas, com interesse na religiosidade e nas sabedorias antigas, lutando pelo auto aperfeiçoamento.
Ao contrário da concepção materialista, essas atitudes espirituais estão voltadas para a busca de equilíbrio interior, harmonização, expansão e aprofundamento da consciência. O fundamental não é tanto possuir o mundo, mas mudar o eu, despertar potências interiores inexploradas, encontrar nova forma de viver que reconcilie o indivíduo consigo mesmo.
A prioridade ao ter é superada pela do ser. Uma divisão profunda e radical se expressa em opostas buscas de sentido, quadro de valores essenciais, escolhas que iluminem e justifiquem as oportunidades cármicas.
Para quem abraça a trajetória de desalienação do mercantil, a tarefa é imensa. Serenidade e paz dependem de se despojar da individualidade, libertar dos vãos apetites. A felicidade depende do desabrochar da harmonia tanto consigo quanto com o cosmo, uma primazia da experiência interior que ensina a não aceitar falsas promessas e não acreditar na ilusão das posses.
Como a espiritualidade depende do “dom recebido”, de um misterioso despertar, uma transformação singular, não se pode considerar a multiplicação perpétua dos bens materiais como principal vocação do homem.
A mercadoria, mesmo efêmera, é cativante. Vencê-la (e às suas ilusões) não é tarefa simples. Quem poderá dizer quanto tempo será necessário para que a consciência espiritual se levante por completo, se afirme vitoriosa nessa disputa que tanto atraso vem trazendo à nossa evolução.
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