Podemos chamar de padrão de funcionamento, a repetição compulsiva de ação ou reação de um sistema, ou seja, uma ação ou reação que funciona como um vício, no piloto automático, pré-programadas diante de toda situação que a vida nos impõe. O padrão de funcionamento funciona no corpo, no pensamento, no sentimento, na ação e na reação, ou seja, uma maneira repetitiva de ser, estar, agir, reagir e pensar.
Todo padrão de funcionamento possui um gancho, que funciona como uma armadilha, que impulsiona seu funcionamento. Daí, você age no piloto automático diante de qualquer situação.
Cada um de nós possui uma maneira específica de funcionar, resultado do meio que fomos criados, da educação que recebemos, da cultura que pertencemos, das frustrações, traumas, sofrimentos e alegrias que experimentamos. Você pode ser aquela pessoa conhecida por fazer um “comentário sarcástico”, por ter um chilique diante de uma situação de estresse, de fechar-se em si mesmo quando está com um problema mais sério, de evitar enfrentar seus próprios sentimentos, enfim, cada um tem seu jeito de agir e reagir na vida.
Sempre que reagimos automaticamente de maneira inútil, é sinal que fomos pego pelo gancho que nos enreda sempre no mesmo padrão. Funcionamos sempre da mesma maneira. É como um anzol, diante do peixe, com a isca se mexendo e você vai lá e abocanha, sem refletir.
Pensamentos como: “nunca fui bom nisso”, “eu sempre falo o que não devia”, “nem vou tentar de novo para não me frustrar”, “preciso aprender a gostar disto a qualquer custo” e por aí vão inúmeros padrões de pensamento que são desencadeados por sentimentos mal resolvidos do passado. É uma conversa interior sem fim, que pode levar qualquer um à exaustão.
Esses padrões de funcionamento, estão gravados em nós e, unidos às nossas emoções, produzem uma resposta dinâmica, pois o pensamento vem acompanhado de símbolos, interpretações, imagens visuais, julgamentos, ações e abstrações. Essa mistura, na maioria das vezes, nos tira o foco, sendo verdade ou não o que estamos produzindo mentalmente e desperta nossos medos e inseguranças.
Exatamente por causa das emoções associadas aos nossos pensamentos, os gatilhos são disparados e podem desencadear reações no piloto automático de intensa ansiedade, medo, apreensão, desespero e sentimento de ameaça.
John Milton, um poeta do século XVII disse: “A mente é seu próprio lugar e, por si mesma, pode tornar o inferno um céu e o céu um inferno”.
A mente cria seu próprio universo, mas também não resolvemos nossos problemas apenas por meio de afirmações e pensamentos positivos. É preciso mexer mais profundamente nas emoções e sentimentos.
Uma pergunta deve ser feita e refletida mais profundamente: “Quem está no controle, o pensador ou o pensamento?”
Pense seriamente: parte de seu problema não está na maneira como você processa seus pensamentos?
É preciso desenvolver a flexibilidade para neutralizar um gatilho que foi acionado, um padrão de funcionamento. Por enquanto, quero que você pare para pensar nos padrões de funcionamento que são desencadeados pelos gatilhos mentais que foram criados por você. Procure estar atento e se tiver disposição e tempo, escreva sobre eles, como foram criados, em quais situações são desencadeados? O primeiro passo é conhecê-los, pois não conseguimos transformar o que não conhecemos.
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