A ciência caminha a passos largos e a cada dia uma descoberta é anunciada para melhorar a qualidade de vida. Uma destas descobertas ou novidades vem da Neurociência, que confirmou que podemos mudar ou apagar lembranças armazenadas em nossas memórias.
Este fato já foi explorado no filme Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, de 2004, em que a personagem vivida por Kate Winslet (Clementine) resolve esquecer sua relação com o ex-namorado Joel, vivido por Jim Carrey. Para não sofrer por um ex-amor, ela resolve apagar estas lembranças se submete a um tratamento experimental que apaga todas os momentos que passaram juntos.
Como o ser humano foge da dor. Não falo só da dor física, que muitas vezes passa com um analgésico ou tratamento clínico. Falo da dor das emoções, sofrimento por amor não correspondido, perda de uma paixão, perda de um emprego e outros tipos de dores que afetam nossa alma.
Graças a estas dores e perdas que vamos aprendendo o que é ganhar e perder. Sofremos no início, mas crescemos em seguida.
Ainda assim, há quem não queira sofrer emocionalmente ou sentir a dor da desilusão, traição ou perda. Já vi pessoas falaram em minhas sessões de coaching holístico que não aguentam uma derrota.
Lembro muito bem do caso do Daniel, que queria muito ser promovido na empresa que estava, e no meio da sessão ele solta uma frase surpreendente: “não vou consigo aceitar o ‘não’. Se não for promovido, vou ficar muito chocado. Sou até capaz de desistir da carreira”.
Imediatamente, pedi para ele decidir o que queria da vida. A vida é feita de escolhas e caminhos. Quem escolhe somos nós e os caminhos vão aparecendo. Querer ganhar é natural, mas temos que aceitar possíveis derrotas. Lembrando que a derrota não deve ser vista de maneira ruim ou sofrível, mas como parte do crescimento.
Quem não tem jogo de cintura para as adversidades só ira piorar os fatos e consequências.
Não quero dizer que temos que sofrer, perder, bater com a cara na porta e se machucar.
Quero dizer que na vida ganhamos muito, mas não sempre. De uma adversidade ou crise podem nascer grandes oportunidades de prosperar na vida.
No caso do Daniel, ele entendeu que tinha que ter mais flexibilidade e preparar-se mais para a promoção. A promoção não veio, mas ele viu que o caminho era buscar uma nova colocação no mercado. Hoje, o gerente Daniel está muito bem na nova empresa.
No caso de quem não quer ter dores ou sofrer, talvez num futuro próximo poderá tirar estas lembranças via a ciência. Mas, acredite, não tem coisa melhor do que rir de dores do passado num momento em que estamos de bem com a vida.
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