Seja durante uma consulta de tarot com um profissional ou simplesmente uma tiragem pessoal existe um erro básico que pode literalmente estragar a sua experiência com o tarot. Por isso, assim como em qualquer aquisição que você venha a fazer, antes de vivenciar sua experiência com o oráculo, uma pesquisa séria nunca deve ser descartada, além disso, você precisará de uma dose de coragem. Veja como não arruinar a sua experiência com essa ferramenta incrível.
O Tarot e a projeção
Somente após o ano 1700, o tarot passou a ser visto como uma ferramenta carregada de simbologia em suas artes, arquétipos que favoreciam o entendimento por meio de um fenômeno natural que todos nós produzimos ao nos relacionarmos com o mundo. Hoje, em razão dos estudos humanos, principalmente vindos de Freud, conhecemos esse fenômeno pelo nome de projeção, mas as primeiras sementes desse conceito foram descobertas pelo filósofo político Giambattista Vico (1668), ao estudar alguns documentos pré-socráticos criados por um filósofo grego chamado Xenófanes 570 a.c.
Entender o conceito de projeção e mapear como a praticamos é extremamente importante - basicamente diante de um desconforto íntimo e na busca de uma solução, esse mecanismo de defesa se manifesta e nós, vezes como um expurgo de algo que não aceitamos em nossa personalidade e transferimos ao outro, outras como um desejo daquilo que queremos ser e que ainda não identificamos em nós, mas que também projetamos ao outro com o desejo de possuir.
Um exemplo básico é de quando estamos apaixonados. Sem notar isso, nós projetamos conceitos marcantes da nossa personalidade para a pessoa. Assim, observamos com mais facilidade partes nossas que estão no outro e mais facilmente nos relacionamos com elas, independente da qualidade que seja essa relação. Mas quando vemos a pessoa na realidade, emergindo da nossa projeção, é muito mais fácil romper o elo, do que trabalhar na consolidação de uma relação verdadeira.
A consulta de Tarot e o grande erro
O maior erro que podemos cometer ao ter uma consulta de tarot é não analisar o contexto da projeção. É um trabalho muito sutil de se fazer, que exige muito estudo e que não deve ser dispensado, seja você admiradora ou uma profissional.
Assim como nos comunicamos com o mundo, o mundo se comunica com a gente, e essa comunicação está estruturada em um segundo conceito chamado de sincronicidade, desenvolvido por Jung (1875).
Todas as cartas que caem em uma tiragem em uma consulta de tarot sabiamente são escolhidas e magnetizadas por esse campo de energia, algo significativo demais para ser considerada como mera coincidência. Você já deve ter vivenciado em algum momento que, ao estar falando de algo com alguém e em instantes, receber uma comunicação sobre o mesmo assunto, ou ainda identificar padrões em situações aparentemente distintas, sem relação de causa e efeito.
Devemos então adotar um pensamento holístico, para analisar o contexto da projeção, observar atentamente a ordem das cartas, a pergunta que está sendo feita ou até mesmo evitando perguntas em uma consulta de tarot como: "Estou sendo traído (a)? O ex ou a ex, vai voltar pra mim? Vou conseguir esse emprego? Devo mudar de carreira?" - e qualquer outro tipo de perguntas que expresse o sentido de evitar a responsabilidade. Tudo isso para assim reconhecer os padrões e trazermos a profundidade dessa experiência com o tarot.
Texto: Felipe Bezerra é Tarólogo, Astrólogo e Terapeuta Holístico na Origem Therapias.
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