Há aproximadamente 30 anos as pessoas, ao me consultarem, muitas vezes, referiam sensações telepáticas: “Dona Marina, eu sinto quando ele está pensando em mim. É como se a alma dele, lá de longe, estivesse me chamando”. Situações assim eram frequentes no meu consultório.
Eu ficava envolvida pelo mistério. Mistério sim: uma experiência dessas, convenhamos, só pode ser definida e compreendida com bastante esforço e acuidade. Por algum mecanismo cúmplice, algumas pessoas eram capazes de enlaces desse tipo.
Carreguei comigo o enigma de centenas de passagens com um caráter telepático, sem conseguir encontrar explicações além daquelas que indicavam a veracidade da força desses contatos espirituais estabelecidos de maneira impactante.
Com o passar dos anos as referências a esse tipo de comunicação esotérica foram minguando devagar, diminuindo e acabaram por desaparecer. Sumiram lentamente e nem deixaram rastro. Faz um tempão que não encontro menção a tal evento.
A razão? Tenho um palpite que me parece bastante consistente: pelo que posso compreender a telepatia – dom de enorme força –, mesmo facultada a certas mentes humanas, acabou gradativamente eclipsada (e substituída) pelo Facebook, Twiter, Skype, WhatsApp, os onipresentes “aplicativos” da nossa época.
Com tantos recursos ao alcance, ninguém mais consegue concentração profunda na tentativa de conexão com o ser amado, o filho ausente, o familiar distante. Cada vez mais a tecnologia toma o lugar do atávico, substitui o profundo do espiritual. No entanto, as pessoas, num maremoto de comunicação, organizam diferentemente suas sensibilidades, paixões, saudades e cotidianos.
Resta saber: será um ganho ou uma perda?
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