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Mindfulness

Conheça uma das vertentes da meditação que conquista cada vez mais pessoas em todo o mundo O mindfulness, meditação que tem como princípio a atenção plena ao momento presente, vem com a promessa de aliviar os fatores que causam os grandes conflitos do indivíduo com o seu dia a dia: o estresse e a ansiedade. […]

27 dez 2024 - 16h01

Conheça uma das vertentes da meditação que conquista cada vez mais pessoas em todo o mundo

O mindfulness, meditação que tem como princípio a atenção plena ao momento presente, vem com a promessa de aliviar os fatores que causam os grandes conflitos do indivíduo com o seu dia a dia: o estresse e a ansiedade. Aderida por muitos - até mesmo pela ciência - a prática mindful parece ser mais fácil do que seu próprio nome sugere.

O mindfulness vem com a promessa de aliviar os fatores que causam os grandes conflitos do indivíduo com o seu dia a dia
O mindfulness vem com a promessa de aliviar os fatores que causam os grandes conflitos do indivíduo com o seu dia a dia
Foto: Revista Malu

Mas o que é isso?

Uma das revistas estadunidenses mais conceituadas da atualidade definiu o movimento em busca pela atenção plena como mindful revolution (revolução mindful, em tradução livre). Foi assim que a Time encarou essa nova tendência que atinge as horas de lazer, a educação e até mesmo o mercado de trabalho. Mindfulness originou-se do termo SATI, da língua pali - idioma próximo ao sânscrito, característico de regiões como a Índia. A palavra tem como significado o ato de relembrar. A partir do conceito que há hoje em dia, a adesão dessa prática foi possibilitada milênios após o seu surgimento.

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A disseminação da atividade, como é conhecida nos dias atuais, foi proporcionada por um norte-americano. Professor emérito da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, Jon Kabat-Zinn se interessou pelo conceito após assistir a uma palestra com um mestre zen. Desde então, a carreira do docente, dedicada exclusivamente à biologia molecular, moldou-se a fim de relacionar a prática meditativa à ciência. O resultado foi a formação de uma técnica que percorre os centros de saúde até hoje, com intuito de atenuar as dores crônicas de pacientes.

Aplicação do mindfulness

A noção de Redução do Estresse Baseada em Mindfulness (MBSR, na sigla em inglês), como ficou conhecido o programa concebido por Kabat-Zinn, ganhou destaque e, atualmente, é indicado para

tratamentos de diferentes doenças.

O objetivo da prática é estar consciente de si mesmo e da própria consciência. Por meio dessa técnica, o indivíduo é capaz de compreender seus preceitos, julgamentos e saber discernir sobre aquilo que é benéfico ou não à sua saúde mental. "Mindfulness é um termo moderno para um dos aspectos da prática milenar de autorrealização", confirma Giridhari Das, palestrante e instrutor de meditação.

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A atenção plena ajuda em situações como: enquanto alguém toma banho antes do trabalho, sua mente começa a processar uma lista de compromissos e tarefas que devem ser realizadas naquele dia ou mesmo durante a semana. Esse hábito comum, porém, gera ansiedade e impede a pessoa de aproveitar plenamente o momento presente. No caso do banho, por exemplo, a pessoa deixa de perceber as sensações agradáveis provocadas pela água.

Para explicar esse comportamento, a psicóloga Daniela Sopezki afirma: "Vivemos no 'piloto automático', com pouca consciência da experiência ou até da intenção por trás de nossas ações". Com base nessa perspectiva, a atenção plena permite que atividades diárias sejam retomadas de forma mais consciente, ajudando a realizar cada etapa de maneira intencional e, assim, fortalecendo o condicionamento mental.

Separando as coisas

É importante diferenciar meditação e mindfulness, principalmente em relação aos objetivos finais de cada prática. A meditação busca atingir a serenidade, enquanto o mindfulness se concentra no desenvolvimento do foco e da atenção. Quando o líder hindu Siddhartha Gautama - amplamente conhecido como Buda - divulgou a prática da meditação, ele propôs que as pessoas "desligassem" suas mentes para se libertarem do sofrimento mental. Por outro lado, o mindfulness surge como uma ramificação das práticas orientais de meditação, com ênfase especial na atenção plena e, por consequência, na concentração no momento presente.

Na prática

O início da meditação pode ser a etapa mais difícil. Dedicar um tempo a si mesmo é um desafio que poucos tendem a aderir devido ao modo piloto automático que a rotina gera - resultado da acumulação de atividades em um curto período de tempo. O automatismo, mesmo que inconsciente, pode ser contornado. Segundo Américo Barbosa, criador do método Hasta Ananda de meditação rápida, "a nossa robotização ocorre por particularizar determinados sentimentos pouco perceptivos". De acordo com o

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especialista, o método é essencial pois "a atenção plena aumenta nossa capacidade de auto e exopercepção".

Para alavancar a retomada do controle da mente, existem alguns exercícios mais fáceis de serem realizados graças à sua associação com o dia a dia. É o caso da Meditação do Chocolate, a qual garante o treino da atenção plena por meio da degustação do doce. Veja a seguir como realizá-la:

  1. Escolha o tipo de chocolate mais agradável ao seu paladar;
  2. Abra a embalagem compreendendo qual é o aroma do doce e como ele é inalado. A partir desse processo, a pessoa que pratica esse modelo de exercício garante a si novas experiências relacionadas ao olfato.
  3. Em seguida, a degustação é feita de maneira lenta. O chocolate deve ser mantido na língua até derreter. Durante essa fase, o sujeito pode ter os pensamentos voltados a outras reflexões. Assim que essa dispersão acontecer, a pessoa que realiza a meditação deve tentar compreender a

    justificativa para o desvio de pensamento.

  4. Engula, sentindo a textura daquilo que restou do chocolate, é uma das últimas etapas. Quando terminado, o próximo pedaço deve ser ingerido com o mesmo cuidado.
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