Todo mundo sabe que paixão e amor não são sinônimos. “A paixão tem uma característica de uma perda de individualidade. Você procura se misturar com o outro”, define o psicoterapeuta Miguel Perosa, professor do Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Segundo ele, nesses casos o indivíduo pega o que tem de melhor e entrega em confiança para o outro.
Além disso, a paixão é um momento muito intenso baseado em projeções e idealizações, explica o professor Aurélio Melo, do curso de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. “A atração é mais forte do que o conhecimento”, esclarece.
Então, o que é o amor? O psicoterapeuta explica que, diferente da paixão, no amor você mantém sua individualidade. O amor pode ser menos intenso, mas é mais tranquilo, permanente, com companheirismo e objetivos de vida em comum. “O amor tem uma maior duração e é baseado em coisas construídas”, explica Melo.
A boa notícia é que sucessivas paixões frustradas ajudam a encontrar o amor. “Você é ‘devolvido’ para si mesmo no fim de uma paixão”, comenta Perosa. Todas as vezes que isso acontece, a pessoa é treinada a manter sua individualidade na próxima vez que se apaixonar.