Ecaterimburgo tem cordilheira que separa Europa da Ásia

A cidade é famosa por ter sido o local do assassinato do czar Nicolau II e de toda a sua família e servos, em julho de 1918

7 jun 2014 - 16h01
Foto: Sandro Fernandes / Especial para Terra

Ecaterimburgo é a grande metrópole dos montes Urais, a cordilheira de montanhas que delimita geograficamente a Europa da Ásia. Quem faz a Transiberiana no sentido clássico (ocidente-oriente), muito provavelmente terá Ecaterimburgo como a primeira parada no lado asiático russo.

A cidade foi fundada em 1723 por Pedro, o Grande, e é a capital da região de Sverdlovsk, terra de Bóis Iéltsin. Hoje, ela é a quarta maior cidade do país.

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Foto: Sandro Fernandes / Especial para Terra

Ecaterimburgo é famosa por ter sido o local do assassinato do czar Nicolau II e de toda a sua família e servos, em julho de 1918. O ponto do assassinato alberga hoje a Catedral no Sangue. O templo foi feito para render graças à família Romanov, canonizada pela Igreja Ortodoxa Russa no Exterior em 1981, com o título de “Novos Mártires”. No ano 2000, depois de muito debate, os Romanov (Tsar Nicolas II, Tsarina Alexandra e seus cinco filhos) foram finalmente canonizados também pela Igreja Ortodoxa Russa, com o título de “Portadores da Paixão” (strastoterpets). 

Um “Portador da Paixão” é uma pessoa que é morta de uma maneira parecida à de Jesus Cristo, mas, diferentemente dos mártires, eles não são explicitamente mortos por sua fé, “mas a abraçam com piedade e amor a Deus”. Todos os “mártires” são “portadores da Paixão”, mas a recíproca não é verdadeira.

Quem tem interesse na história dos últimos czares da Rússia, a visita à cidade de Ganina Yama, a 15km de Ecaterimburgo, é imperdível. Foi construído no local um complexo religioso em honra à família Romanov e a Igreja Ortodoxa diz que é ali onde se encontram os restos da família. No entanto, em 1998, os restos da família real foram enterrados na Catedral de São Pedro e São Paulo, em São Petersbugo. A Igreja Ortodoxa não reconhece o fato e mantém o complexo de Ganina Yama como ponto de peregrinação para os fiéis.

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Muitas pessoas também visitam Ecaterimburgo para ver os montes Urais, que separam a Europa da Ásia. Para os apaixonados por travessias de trem em montanhas, talvez esta seja a única decepção da viagem. A região dos montes Urais próxima a Ecaterimburgo conta apenas com uma tímida placa e está longe de ser uma aventura. Para os mais determinados, a cidade de Nizhny Tagil, ao norte de Ecaterimburgo, apresenta paisagens mais dramáticas dos Urais.

A história recente da cidade com certeza também desperta curiosidade. Na década de 90, Ecaterimburgo ficou conhecida como a “Capital Gângster da Rússia”, um título que os moradores preferem esquecer. Os tempos agora são outros, mas o Cemitério Shirokorechenskoye, onde dezenas de membros da máfia estão enterrados, rende uma visita interessante. A excentricidade dos líderes do crime organizado russo pode ser comprovada pelas curiosas tumbas, muitas em mármore e quase todas com reproduções em tamanho real do falecido.

Fonte: Especial para Terra
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