Tieta voltou às tardes da Globo, para alegria de todos nós! O clássico de 1989 é inspirado no livro Tieta do Agreste, escrito em 1977 pelo renomado autor baiano Jorge Amado, mas toma algumas liberdades criativas quando comparado ao livro, que é mais curto. Só que não é só Tieta que veio das páginas dos livros e brilhou na teledramaturgia. Na verdade, várias tramas muito amadas das novelas foram inspiradas pela literatura. Confira algumas!
Gabriela (1975 e 2012)
Tieta não foi a única vez em que uma obra de Jorge Amado nos encantou nas novelas. A outra, tão famosa quanto, é Gabriela, eternizada primeiro pela atriz Sônia Braga e depois, por Juliana Paes no remake de 2012, ambas inspiradas pelo livro Gabriela, Cravo e Canela, de 1958.
Reprodução Globo
O Cravo e a Rosa (2000)
Uma das novelas mais amadas do Brasil, reprisada três vezes no Vale a Pena Ver de Novo. Ela é inspirada em um clássico atemporal: A Megera Domada, comédia de William Shakespeare, escrita por volta de 1594! E o autor Walcyr Carrasco não escondeu a influência, já que manteve o nome dos protagonistas. Mas, enquanto o Petruchio do livro é um recém-chegado à cidade querendo se dar bem, na novela, Eduardo Moscovis interpretou um pequeno fazendeiro falido nos anos 1920, que precisava da ajuda da rica, feminista e esquentada Catarina (Adriana Esteves) para salvar seu sítio.
Orgulho e Paixão (2018)
O personagem Darcy (Thiago Lacerda) não foi só uma homenagem. A trama das seis foi completamente inspirada nos romances clássicos de Jane Austen, e em especial, em Orgulho e Preconceito (1813). Basicamente, a trama da novela é uma versão brasileira do livro.
Hilda Furacão (1998)
A queridinha do TikTok também nasceu de um livro! Antes de Rodrigo Santoro e Ana Paula Arósio brilharem como Malthus e Hilda na minissérie da Globo, Hilda Furacão era um clássico da literatura mineira, escrito por Roberto Drummond em 1991. Pois, se você assistiu e reconheceu esse nome, sim, o jornalista Roberto Drummond (Danton Mello) é uma reimaginação do próprio autor, que se inseriu na história. No livro, Roberto narra a maioria dos acontecimentos. Além de falar de Hilda, ele foca bastante em suas memórias sobre a cidade de Belo Horizonte, antes do golpe militar de 1964.
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Chocolate com Pimenta (2003)
Enfim, para concluir a nossa lista, eu admito que essa é uma leve trapaça. A história adorável de Ana Francisca (Mariana Ximenes) não vem direto de um livro, mas alguns momentos-chave da novela são inspirados na literatura. O plot de mocinho injustiçado que arquiteta uma vingança contra todos que o fizeram mal lembra O Conde de Monte Cristo, livro de 1844, de Alexandre Dumas. Além disso, o autor Walcyr Carrasco confirmou também que se inspirou em outras obras. São elas A Viúva Alegre, escrita por Franz Lehár, e a peça A Visita da Velha Senhora, de Friedrich Dürrenmatt.
Mas, uma das cenas mais icônicas da novela, quando Ana é humilhada no baile de debutantes após um balde de tinta verde ser jogado nela, é uma versão mais leve do que ocorre no livro de Stephen King, Carrie, a Estranha (1974), quando a pobre Carrie é coberta com sangue de porco durante seu baile.
A vingança de Ana também é bem mais tranquila. Enquanto a 'Pata Choca' se vingou ficando rica, bela e poderosa, Carrie desceu o nível e… matou todos os envolvidos no bullying. Essa cena nos mostra o que é mais incrível em uma inspiração, já que algumas simples decisões criativas podem tornar a mesma cena algo completamente diferente.