Todas as pessoas têm muitas preocupações, desafios, problemas para enfrentar, mesmo que em graus diferentes. Mas há duas coisas que você pode fazer para lidar com as preocupações e viver melhor, de forma mais leve. Para explicar isso, vou contar uma historinha antes.
Lá no Tibete, no Oriente, ao perguntarem a diferença entre meditação e oração, é respondido assim: “imagina que você convidou Deus para visitar sua casa. Meditar é arrumar a casa para recebê-lo, enquanto oração é enviar o convite”.
Portanto, é preciso fazer essas duas coisas para lidar com os problemas. Primeiro, arrumar a sua casa, que é o cérebro, a sua mente. E dessa forma, você vai perceber que os pensamentos que mais lhe preocupam são as hipóteses, não os fatos.
Os fatos causam dor, por exemplo, quando alguém diz: “nossa, estou sem dinheiro” ou “estou preocupado porque eu sinto dor na perna”. As hipóteses, por outro lado, nos inquietam: “e se essa falta de dinheiro fizer com que eu não pague o aluguel?” ou “e se essa dor na perna for algo grave?” ou “e se minha mãe tiver passando por algo dificílimo?”.
As hipóteses são muito mais destrutivas do que as dores. Não aceite as suas dores, mas tenha cuidado com esse monte de hipóteses, possibilidades, tragédias hipotéticas, inventadas.
Introduzir a fé
Depois de arrumar a mente, você vai fazer algo mágico, que é introduzir a fé. Convidar o Divino para vir até você, dizendo, por exemplo:
— Eu acalmei um pouco a minha mente, mas daqui a pouco ela vai correr de novo. Por isso, eu preciso pedir algo especial, venha fé, traga um bálsamo, traga um acalento para o meu coração, traga algo especial, traga algo que vai fluir por mim, traga algo que vai me lembrar que eu sou amado e abençoado. Venha fé, me lembra que algo maior existe, que nada é por acaso e que temos essas dores temporárias para aprender, para depois de maneira infinita e eterna, eu lembrar da luz que sou na realidade.
Para lidar com as preocupações, inquietações, observe-as como se fossem mariposas. Elas assustam um pouco, passam na frente da luz, vão e voltam, mas elas são todas pequenas, voando de um lado para o outro. Não os fatos, não os problemas reais, mas as hipóteses.
Para cada problema você tem duzentas mariposas, duzentas hipóteses, voando pra lá e pra cá. Pare as hipóteses e diga: “chega”. Você pode até falar para a sua própria mente: “nossa um monte de hipóteses, quanta bobagem”. A mente fica envergonhada e diminui as mariposas.
E você traz aquilo que vai lhe trazer silêncio, uma certeza inabalável no seu coração de que a fé existe, de que você é abençoado e tudo vai ficar bem. Você vai encontrando soluções para os problemas reais, sem ter que lidar com um monte de mariposas imaginárias, que cantam e de tanto voarem ali obscurecem a sua luz. Namastê!