O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) implantou em parceria com o Instituto Brasileiro de Educação e Terapia Assistida por Animais (Ibetaa) o primeiro cão de assistência judiciária do Brasil, visando auxiliar na proteção às crianças e adolescentes vítimas de violência.
O projeto apresentado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), em parceria com o Instituto Brasileiro de Educação e Terapia Assistida por Animais (Ibetaa), fez do bernese Bello o primeiro cão de assistência judiciária do Brasil.
De acordo com TJPR, o cão atua desde julho de 2023, como instrumento terapêutico na rede de proteção às crianças e adolescentes vítimas de violência: psicológica, física, abuso sexual ou abandono. O cão Bello ainda colabora para que elas sejam assistidas e tenham um melhor acolhimento nos atendimentos realizados pela equipe técnica do fórum.
A figura do cão de assistência judiciária existe nos Estados Unidos há 30 anos, mas no Brasil a iniciativa é inédita. A juíza da 1ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Londrina, Camila Tereza Gutzlaff Cardoso, acredita que o animal diminui o estresse, a angústia e faz com que as crianças e adolescentes se sintam mais confortáveis no ambiente.
“O ambiente forense não é um ambiente agradável para uma criança ou adolescente [...] Através da aproximação com o cachorro, eles podem se soltar um pouco mais”, explica.
Como parte da equipe do fórum, o cachorro tem um papel fundamental como facilitador na criação de um vínculo entre a equipe de psicólogos do TJPR e os pacientes. “O cão é a ponte entre o profissional e a criança, vai aproximá-los. Ele será um suporte emocional para a criança”, diz o fundador e diretor do Ibetaa, Carlos Pires.
Além de Bello, os cães Snow, da raça samoieda, e a dálmata Teela também fazem parte da equipe do Tribunal.
“Não é qualquer cão que pode atuar dessa forma. O animal passa por testes de comportamento para saber se tem o perfil. Depois, outros testes para saber se ele vai dar conta. Não é só porque o cachorro é bonzinho que ele vai virar um cão de assistência judiciária”, salientou Carlos Pires.