O Brasil perdeu um ícone do surfe canino com a morte de Parafina, um vira-lata que conquistou o coração dos fãs e deixou uma marca no esporte. Parafina faleceu aos 17 anos em Santos (SP), no dia 1º de agosto, conforme anunciado pelo seu tutor, Augusto Martins, nas redes sociais.
“Querido amigo, eu sei que foi difícil partir. Eu sei que você também queria lutar, mas quero te dizer que eu ficarei bem aqui", escreveu Augusto, expressando sua dor e gratidão.
Parafina não foi um cachorro comum. Sua paixão pelo mar começou há sete anos, quando ele apareceu no Parque Roberto Mario Santini, o Emissário de Santos. O vira-lata rapidamente se apaixonou pelas ondas e pelo clima do quebra-mar, ponto de encontro dos surfistas locais. Vale lembrar que a praia de Santos foi palco das primeiras ondas surfadas no Brasil, ainda na década de 1930.
A presença de Parafina no local não passou despercebida, e logo o cão começou a ganhar fama entre os frequentadores da praia por seu amor incondicional pelo surfe. Sua relação com o mar se aprofundou quando passou a frequentar a escolinha do surfista Picuruta Salazar.
Mas a verdadeira transformação na vida de Parafina aconteceu quando conheceu Augusto Martins, um professor de surfe e praticante de stand up paddle. A amizade entre eles cresceu a cada onda, e Augusto decidiu levar Parafina para casa, onde o vira-lata se tornou um membro querido da família.
O amor de Parafina pelo surfe não se limitou às pranchas. Ele participou do "Surf City Surf Dog", a maior competição mundial para cães surfistas, onde brilhou e conquistou o vice-campeonato.
O evento, que tem quatro divisões de acordo com o peso e o porte dos cães, é uma celebração das habilidades e da paixão canina pelo surfe. Parafina competiu em baterias que envolviam até 15 cães e impressionou juízes com suas manobras e postura nas ondas.
Augusto Martins ainda descreveu Parafina como alguém que trouxe um propósito e sentido à sua vida.
"Veio para dar sentido à minha vida e me mostrar que o amor existe e deve, todos os dias, ser cultivado por lambidas e pulos, de preferência", disse o surfista. "Tinha alguma coisa de muito especial na nossa relação. Obrigada por tudo, Fina. Te amarei eternamente”, acrescentou.