Renata Alves arrasa à frente do Hoje em Dia, mas a jornada até o sucesso nem sempre foi fácil
"A repórter simpatia." Foi esse o apelido carinhoso que Renata Alves ganhou logo no início de sua trajetória no jornalismo, e ninguém pode dizer que ele foi conquistado injustamente. Nascida em Recife, Pernambuco, mas criada em Aracaju, Sergipe, Renatinha, como também é chamada, iniciou no jornalismo em 2001 e logo foi conquistando cada vez mais espaço na afiliada da Record no estado, a TV Atalaia.
O sucesso estadual virou nacional quando a repórter foi integrada, em 2005, ao icônico quadro Achamos no Brasil, do programa Domingo Espetacular. Unanimidade entre o público, chegou ao auge da carreira em 2015, quando foi contratada como uma das novas apresentadoras da atração matinal Hoje em Dia, ao lado de estrelas da emissora, como Ana Hickmann e Ticiane Pinheiro. Nossa capa do mês, Renata segue até hoje no cargo, que desempenha com alegria e talento, e, nessa entrevista exclusiva, afirmou que seu desafio preferido é sempre o próximo. Ela também confidenciou histórias sobre o início da carreira e a diversidade nordestina no jornalismo. Confira!
Um jornalismo leve
Renata conta ter começado a carreira na publicidade, mas, inspirada por nomes como Ana Paula Padrão, Paulo Henrique Amorim e Francisco José, sempre carregou consigo um sonho: ser repórter de TV. "Sou sonhadora, sempre acreditei que era possível e batalhei muito. Primeiro, consegui chegar ao rádio, daí fui abrindo meu espaço", descreve.
Como acontece com muitas pessoas, esse desejo não se realizou do dia para a noite. "Quando cheguei à TV, aceitei o cargo que me ofereceram, que era justamente cobrir assuntos mais pesados, como crimes. Aprendi muito e fui conseguindo me destacar, colocar minha identidade nas pautas que queria cobrir, porque eu sempre quis trabalhar com matérias mais leves, que combinam mais comigo. Não foi fácil, mas valeu a pena", narra, orgulhosa.
A virada na carreira de Renata Alves
Após seguir como repórter na TV Atalaia, em meados de 2005 surgiu a oportunidade de participar de algumas matérias em um quadro do Domingo Espetacular, o Achamos no Brasil, exibido nacionalmente. Renatinha viu ali a oportunidade de ser reconhecida em todo o país, e agarrou com toda a força. "Eram três matérias, inicialmente. Mas quando saiu a primeira, o sucesso foi inacreditável", afirma.
E foi dessa forma que a 'repórter simpatia' virou uma atração fixa do programa durante nove anos, onde ela viajava por diversos estados mostrando pessoas, competições e festas interessantes, que revelavam mais sobre a cultura popular brasileira. Ela não sente saudade dessa fase, mas há uma boa explicação para isso. "Foi uma época maravilhosa e cheia de reportagens incríveis, mas no Hoje em Dia, sigo com o quadro Personagens do Brasil, que é bem parecido, daí acaba que não preciso sentir falta. Eu sou uma jornalista apaixonada pelo Brasil, pelas ruas, pelas pessoas. E sempre que surge a oportunidade, vou cobrir o mundo lá fora com a mesma energia e empolgação de sempre!", explica.
Ela prossegue: "Eu amo fazer TV. Toda a minha carreira, todas as matérias que fiz, tudo é muito especial para mim. Mas o que me move mesmo é sempre o amanhã. A próxima matéria, o próximo dia e o desafio seguinte".
Nordestina e na TV
Só quem nasceu ou foi criado no Norte ou Nordeste sabe o desafio que é almejar uma carreira na comunicação nacional, onde, embora muita gente não perceba, os sotaques respeitados como "neutros" são os do eixo Sudeste-Sul. Com Renata, não foi diferente. "Era difícil. Enfrentei preconceito, mesmo entre os próprios colegas de profissão. Pessoas que me diziam: 'Ah, que bom que você vai pra TV nacional, mas ajeita esse sotaque, senão nunca vai agradar todo mundo'. E eu sempre me recusei. E hoje, esse é um dos pontos mais vitoriosos da minha carreira. Numa época em que se mascarava sotaque, eu virei refe rência e abri portas!", descreve, com orgulho.
Nesse aspecto, a apresentadora manifesta ter muita gratidão pela emissora, que sempre apoiou sua decisão. "A Record é minha segunda casa. Compraram a minha briga, e não só acreditaram no meu trabalho, como também me ajudaram a levar a cultura nordestina para o resto do Brasil com as nossas matérias", diz. Um desses frutos positivos chegou logo em 2005, quando Renata e a emissora ganharam o Prêmio BNB de Jornalismo Nacional, com a reportagem Terra: Investimentos e sonhos, exibida na TV Atalaia.
"Bora lá?"
Renata não tem muitos arrependimentos na carreira, que sempre executou com todo o amor. Mas, se fosse para citar um, ela definitivamente escolheria seu bordão, o "Bora lá?". Mas não é da frase que a repórter se arrepende, ela logo explica. "Era uma frase que só se ouvia no Nordeste e que hoje faz parte do vocabulário de Norte a Sul. Comecei a falar nos programas, mas só percebi o sucesso quando vi que usaram na dublagem de um filme! Mas aí já era tarde, né? Uma marca de refrigerante passou a usar e nunca me enviaram nem uma latinha!", narra ela, aos risos, enquanto afirma nunca ter recebido nada financeiramente pelo bordão que ajudou a popularizar.
Renata Alves foi coroada com o sucesso
Ela afirma ser grata todos os dias pela carreira que construiu, mas segue sonhando, talvez, com um programa so bre turismo. "Mostrar as bele zasdo Brasil é a paixão que me move, amo conhecer e conversar com gente. Daí, quem sabe o que o futuro espera, não é?" Será que vem novidade por aí?
A apresentadora admite que, quando chegou ao Domingo Espetacular, sentia ter alcançado o que sempre almejou. Mas o destino tinha planos diferentes e, quando recebeu o convite para apresentar o Hoje em Dia, em 2015, nas manhãs da Record, sentiu o presente da vida. "Eu nunca tinha sonhado tão alto, mas aceitei com muita alegria. Hoje, sinto que meu ca minho, mesmo os erros, é uma trajetória traçada por Deus."
Ela encerra a entrevista confidenciando o que diria à jovem e sonhadora Renata, que tanto batalhou para chegar às manhãs da Record. "Se eu pudes se, avisaria para ela: 'Mantenha a calma, porque essas portas fechadas de agora não se comparam às maravilhas que ainda iremos viver!'", finaliza.