Nunca se falou tanto em saúde mental como na última década, e isto se deve muito a pandemia de Covid-19 que agravou ainda mais situações de estresse e esgotamento, que levam a transtornos ligados ao ambiente de trabalho, como a Síndrome de Burnout.
Reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma doença ocupacional, a Síndrome de Burnout é um distúrbio caracterizado pelo estado de tensão emocional e estresse provocados pelo excesso de tarefas e jornadas exaustivas.
Segundo dados de levantamento feito pelo órgão de saúde, em 2022, 44% dos brasileiros disseram ter a sensação de esgotamento profissional nos últimos anos. Para a especialista em comportamento e carreira, Rebeca Toyama, uma carreira bem construída auxilia no combate a esse e outros transtornos.
"Entendemos que quando o profissional está alinhado com seu objetivo e propósito em sua carreira, ele por si só se sentirá feliz e motivado por sentir estar contribuindo com uma causa que ele acredita, e assim será mais fácil reconhecer seus talentos. Portanto, uma carreira bem construída traz bem-estar e felicidade por estar alinhada a um propósito maior", comenta.
Felicidade no trabalho X saúde mental
Segundo o Relatório Mundial de Felicidade 2022, realizado pela ONU (Organização Nações Unidas), o interesse das pessoas pela felicidade e bem-estar aumentou consideravelmente nos últimos anos. Além disso, alguns países passaram a investir mais em políticas públicas de saúde mental.
"Podemos afirmar que felicidade no trabalho está relacionada ao bem-estar e que para alcançá-la é necessário estar cuidando da saúde mental", avalia. Para a especialista, sentir que estamos vivenciando nosso propósito é uma excelente forma de encontrar a felicidade.
"A saúde mental pode ser impactada tanto por questões pessoais quanto profissionais. Então, a falta de felicidade pode sim comprometer as relações pessoais e qualidade do trabalho. O alerta está aí: quando o profissional começa a ficar mais recluso e sem disposição para as demandas por conta do cansaço físico e mental e da dificuldade de concentração", explica.
O papel das empresas no bem-estar dos profissionais
De acordo com Toyama, as empresas precisam implantar estratégias e soluções para aumentar o bem-estar e reduzir o estresse no ambiente profissional. Uma delas é o desenvolvimento da inteligência emocional dos colaboradores, para que eles consigam entender e lidar com suas emoções de forma saudável.
"O bem-estar dos colaboradores precisa ganhar prioridade na agenda dos executivos, também para garantir a sustentabilidade do negócio. As organizações precisam ser mais humanas. Isso é essencial também para os resultados dos negócios", conclui. A seguir, a especialista deixa outras 3 dicas para ter uma carreira mais equilibrada:
- Profissionais: Incluam na sua agenda o autocuidado para não comprometerem sua saúde mental e sua carreira;
- Líderes: Criem um ambiente seguro para que seus colaboradores possam abordar temas relacionados à saúde mental,
- Empresas: Abraçarem a causa de saúde mental implantando programas e monitorando os indicadores, pois o problema também é nosso e a solução também está nas nossas mãos.
Fonte: Rebeca Toyama, especialista em carreira e comportamento e fundadora da ACI - Academia de Competências Integrativas.