A temporada de festas de final de ano pode despertar um sentimento melancólico em diversas pessoas, conhecido como síndrome de fim de ano. Ela se caracteriza pela intensificação de emoções como a tristeza, a ansiedade e a solidão, que muitas vezes são experienciadas pelos indivíduos. Essa condição afeta aspectos da saúde mental, impactando também na qualidade de vida.
A terapeuta Amanda Damasceno, da Ixer, explica que esse estado emocional é recorrente durante dezembro, pois o mês representa o fechamento de um ciclo. Por isso, sentir-se mais reflexivo é normal, mas caso haja a sobreposição de sensações negativas, essas podem gerar gatilhos para doenças como a depressão.
Fatores que influenciam na síndrome
A manifestação da síndrome de fim de ano pode se relacionar a fatores emocionais a partir da avaliação das vivências do ano que passou.
É o caso de arrependimentos, metas não alcançadas e insatisfações pessoais, os quais devem emergir com mais força. Além disso, outras questões práticas e que fogem à rotina usual, como organizar a ceia, comprar os presentes e o aumento dos gastos financeiros se conectam ao aumento do estresse.
"Existem também os fatores sociais, que envolvem a pressão por estar feliz e celebrar, e as comparações com padrões idealizados de família e vida perfeita, geralmente reforçados por mídias sociais. Inclusive, alguns podem sentir uma ausência maior de familiares e amigos, especialmente para aqueles que vivem sozinhos ou perderam entes queridos", esclarece a especialista.
Como lidar com os sentimentos no fim de ano
Lidar com os sentimentos negativos que podem surgir requer discernimento e inteligência emocional. Isso porque reconhecer os sentimentos e buscar formas saudáveis de lidar com eles é fundamental para uma vida com mais mais equilíbrio e bem-estar.
Para isso, a terapeuta indica algumas técnicas para tratar a síndrome e promover a saúde mental durante a época. Confira as principais dicas abaixo.
- Gerencie suas expectativas: foque em momentos significativos, evitando comparações e aceitando que nem tudo será perfeito.
- Pratique o autocuidado: cultive bons hábitos e mantenha uma rotina equilibrada. Uma alimentação saudável, sono de qualidade e prática regular de exercícios físicos são diferenciais que promovem o bem-estar. "Reserve também um tempo para si mesmo, para fazer as coisas que gosta. Seja ler um livro, ir à cafeteria, ir ao salão de beleza, spa, ou até mesmo assistir uma série ou um filme", pontua a especialista.
- Busque conexões: a terapeuta orienta se voluntariar em projetos que ajudem a criar um senso de propósito. Além disso, participar de eventos sociais sempre que possível também é uma boa alternativa.
- Exponha-se a luz solar: priorize atividades ao ar livre durante o dia. Essa prática ajuda a aumentar os níveis saudáveis Vitamina D, cortisol e dopamina, que melhoram o humor, a energia e a função do sistema imunológico.
- Procure apoio profissional: busque um acompanhamento psicológico, especialmente se os sintomas proeminentes no final do ano persistirem. "É importante estar sempre em alerta, pois se os sentimentos de vazio e tristeza, ansiedade ou irritabilidade, dificuldade de conexão com outras pessoas, fadiga e falta de energia e perda de interesse em atividades prazerosas persistirem, pode indicar um quadro de depressão maior, que exige atenção médica e o uso de medicação", conclui a terapeuta.