A apresentadora Ana Clara é mais uma celebridade a enfrentar problemas de saúde mental. Ana foi diagnosticada com síndrome do pânico no fim de 2022, como contou à coluna de Patrícia Kogut, no jornal O Globo.
"Passei um período no hospital no dia que tive os sintomas. [Apesar da alta médica] Os sintomas não foram superados naquele momento. Tive diagnóstico de uma ansiedade muito grande. Comecei a fazer tratamento para essa questão do pânico. Estou bem melhor agora", relatou.
Para ela, isso aconteceu em decorrência de tudo que precisou administrar ao mesmo tempo. A apresentadora não detalhou o que estava passando, mas, no campo profissional, a vida dela segue cheia de tarefas. Ana apresentou, até a última semana, o "Rede BBB", gravou passagens e quadros para a 23ª edição do programa ao longo de seus mais de três meses de exibição, e também comandou o “Túnel do Amor”.
A segunda temporada do reality de relacionamentos do Globoplay é a primeira a ser apresentada pela jovem, que sucede Marcos Mion. A estreia ocorreu no último dia 26.
Como lidar com a síndrome do pânico em meio ao trabalho?
A síndrome ou transtorno de pânico (TP) é um dos tipos de transtorno de ansiedade. O problema se distingue pela ocorrência de episódios repentinos e intensos de medo, mal-estar e até desconforto físico.
O Ministério da Saúde explica como a síndrome ocorre no corpo do indivíduo: durante o transtorno, uma espécie de alarme cerebral faz com que o cérebro dispare adrenalina, hormônio responsável por fazer com que o organismo se prepare para agir diante de um perigo, mas sem que haja qualquer situação arriscada. Com isso, vem a sensação de medo e mal-estar.
O indivíduo no meio de uma crise pode sentir falta de ar, pressão ou dor no peito, aceleração dos batimentos cardíacos, suor frio, tremores ou medo de morrer, entre outros sintomas.
Além dos sinais, as causas também são diversas, desde situações extremas de estresse a episódios traumáticos. Em entrevista anterior ao Terra, a psiquiatra Jaqueline Bifano destacou o caráter multifatorial e complexo do problema que, portanto, exige também um tratamento multidisciplinar.
Para ela, uma das medidas indicadas no tratamento desse transtorno é a prática regular de atividades físicas "unida a uma estratégia de tratamento individualizada e acompanhada por profissional devidamente capacitado - psiquiatra e psicólogo".
A também psiquiatra Julia Trindade, pós-graduada em Neurociências do Comportamento, destaca ainda a importância do esquema de recompensa, em que o indivíduo institui tarefas e metas para manter e criar novos estímulos.
O tratamento convencional inclui acompanhamento frequente com psicólogo e psiquiatra, que pode prescrever o uso de medicamentos ansiolíticos, antidepressivos e terapia cognitivo-comportamental. Por se tratar de um problema que tem controle, mas não cura, o tratamento pode durar meses ou anos. Essa avaliação cabe sempre ao profissional especializado.