Conheça as características e os benefícios da terapia humanista

Abordagem que tem como foco a autorrealização é uma aliada nos tratamentos da ansiedade e depressão

27 mar 2023 - 14h00
(atualizado às 17h21)
A terapia humanista é muito eficaz no tratamento da depressão e ansiedade
A terapia humanista é muito eficaz no tratamento da depressão e ansiedade
Foto: Ground Picture | ShutterStock / Portal EdiCase

Em contraposição às técnicas e aos objetivos da psicanálise e do Behaviorismo (teoria que estuda a psicologia humana por meio da observação do comportamento), a terapia humanista teve origem nos anos 50 a partir dos estudos do psicólogo norte-americano Abraham Maslow. De modo geral, essa abordagem defende que a intervenção psicoterapêutica deve focar o desejo de autorrealização das pessoas. 

A terapia humanista considera as capacidades e os potenciais do indivíduo. "Ela não busca o que aconteceu de ruim ou o que não deu certo. Ela não olha para o indivíduo como vítima da sua própria história, mas como agente de transformação da sua vida. Ou seja, considera o ser como livre e responsável, que se posiciona diante de seu passado como dono do seu futuro", exemplifica Fabiana Antonelli, psicóloga e mentora de Carreira e Vida.  

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Técnicas utilizadas 

Segundo Juliana Chiavassa, psicóloga e especialista em Saúde Mental e Desenvolvimento Humano, as principais técnicas utilizadas na terapia humanista são: 

  • Autoconceito: como o paciente percebe suas características individuais; 
  • Autoimagem: como o paciente se enxerga e se descreve; 
  • Eu ideal: como o paciente gostaria de ser, o que inclui valores, comportamentos e características. 

Durante a terapia, a psicóloga Fabiana Antonelli explica que acontece um diálogo empático. Nele, o terapeuta respeita e aceita o paciente como ele é, bem como o seu ritmo e sua autonomia dentro da terapia. 

Terapia humanista ajuda o paciente a ser agente da própria vida
Foto: Jacob Lund | Shutterstock / Portal EdiCase

Benefícios da terapia humanista 

Com o objetivo de tratar condições de saúde mental e ajudar o indivíduo a se reconectar com quem ele é, a terapia humanista "se torna muito eficaz no tratamento da depressão e da ansiedade, pois leva a pessoa a refletir e a reconhecer seus pontos fortes, qualidades, habilidades e talentos", avalia Fabiana Antonelli. 

Para quem a abordagem humanista é indicada? 

De modo geral, a terapia humanista é indicada para todos que queiram olhar para si como um ser único e total. No entanto, Fabiana Antonelli afirma que, por não considerar apenas transtornos, essa abordagem se adequa melhor para aqueles que não vivenciaram grandes traumas ou conflitos.  

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Duração do tratamento 

Conforme Fabiana Antonelli, não existe um tempo específico para permanecer em tratamento, pois tudo dependerá da evolução individual. "A terapia é realizada de acordo com as escolhas, o ritmo e a dedicação do próprio paciente. Sendo assim, o bem-estar, a autonomia e a autorrealização são os indicadores do tempo desse processo terapêutico", esclarece a especialista. 

Terapia humanista e uso de medicamentos 

Assim como em outras terapias, o modelo humanista também pode ou não ser alinhado à utilização de remédios. "De acordo com a necessidade do paciente, há a indicação do uso de medicamentos para que ele possa ter maior poder de enfrentamento diante da crise", comenta Fabiana Antonelli. 

No entanto, a especialista ressalta que nenhum psicólogo pode prescrever medicações, visto que essa tarefa só cabe ao psiquiatra. "O ideal é que se estabeleça uma parceria entre médico, paciente e psicólogo", enfatiza.  

Diferenças entre a terapia humanista e as demais abordagens 

Toda psicoterapia apresenta técnicas e objetivos que a diferem das demais. A psicóloga Juliana Chiavassa revela que umas das maiores diferenciações da abordagem humanista é o olhar integral para o homem, sempre o colocando em uma posição de ser potente e criativo. 

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Além disso, a relação entre terapeuta e paciente também se diferencia, "uma vez que o profissional não é a pessoa que detém o poder do saber. Ele não é o especialista da história da pessoa, mas, sim, o especialista da conversa", acrescenta.  

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