Conheça os sintomas e os tratamentos da distimia

Transtorno é caracterizado como uma depressão de longa duração e pode ser causado por diferentes fatores

10 jan 2025 - 17h02

A distimia, também conhecida como Transtorno Depressivo Persistente (TDP), consiste em um desequilíbrio emocional duradouro, em que apresenta sintomas mais brandos que a depressão maior (quadro em que o paciente tem sintomas depressivos intensos), mas que podem durar anos para serem aliviados ou curados.

A distimia causa desequilíbrio emocional duradouro, que pode levar anos para ser curado
A distimia causa desequilíbrio emocional duradouro, que pode levar anos para ser curado
Foto: Nadia Snopek | Shutterstock / Portal EdiCase

"Ao contrário de episódios intensos de depressão maior, a distimia se instala silenciosamente e passa a fazer parte da rotina, quase imperceptivelmente, afetando o modo como a pessoa pensa, sente e vive", pontua o Dr. Julio Peres, psicólogo clínico e neurocientista.

Publicidade

Sintomas da distimia

Os sintomas da distimia podem variar conforme o paciente. Contudo, alguns sinais são comuns, como lista Raissa Medeiros, psicóloga, neuropsicóloga e educadora parental:

  • Humor deprimido na maior parte do dia;
  • Irritabilidade;
  • Fadiga ou falta de energia;
  • Alterações no sono (insônia ou excesso de sono);
  • Baixa autoestima;
  • Dificuldade de concentração;
  • Mudanças no apetite (aumento ou perda);
  • Sentimento de desesperança.

Ademais, o Dr. Julio Peres cita que os pacientes com esse transtorno tendem a se queixar continuamente e culpabilizar os outros por suas dificuldades. "As pessoas com distimia, muitas vezes, não reconhecem os comportamentos queixosos e de autovitimização, afastando as pessoas mais próximas, que passam a não tolerar tais sintomas, perpetuando-se o ciclo de sofrimento", acrescenta.

Causas da distimia

Assim como muitos transtornos psiquiátricos, a distimia não possui uma causa específica. Na verdade, ela é uma condição multifatorial. Segundo Raissa Medeiros, o distúrbio pode ser ocasionado por predisposição genética, desequilíbrios químicos no cérebro (principalmente no hormônio serotonina), histórico de eventos traumáticos e condições médicas associadas, como doenças crônicas.

Pessoas mais propensas a serem afetadas

Embora a distimia possa afetar qualquer um, alguns grupos são mais propensos a desenvolver o transtorno, como aqueles que apresentam um histórico familiar de depressão, que passaram por traumas ou que convivem com estresse crônico, conforme explica o Dr. Julio Peres.

Publicidade

Além disso, Graziela Campos, psicóloga clínica e logoterapeuta, comenta que, segundo alguns estudos, a distimia tende a ser mais comum em mulheres, bem como em pessoas solteiras ou que estão em um relacionamento insatisfatório.

O diagnóstico da distimia é realizado por meio de uma análise profissional dos sintomas do paciente
Foto: SeventyFour | Shutterstock / Portal EdiCase

Diagnóstico da distimia

O diagnóstico do transtorno é realizado de forma clínica. A psicóloga Raissa Medeiros explica que um profissional de saúde qualificado analisa os sintomas do paciente, sua duração e a intensidade. Em alguns casos, questionários e entrevistas podem ser utilizados como apoio.

"O diagnóstico da distimia não é simples, porque os sintomas são confundidos com o jeito de ser da pessoa. Quando a tristeza, o desânimo e outros sintomas duram mais de dois anos em adultos ou mais de 10 meses em crianças e adolescentes, os sinais em potenciais deverão ser avaliados por profissionais de saúde mental especializados", alerta o Dr. Julio Peres.

Tratamentos indicados

Os tratamentos para a distimia envolvem psicoterapia, medicação e hábitos saudáveis. Em relação à terapia, a mais indicada, segundo o Dr. Julio Peres, é a cognitiva-comportamental, pois ela "ajuda o indivíduo a identificar os padrões negativos de pensamento, falsas crenças e comportamentos a serem modificados em perspectivas saudáveis".

Publicidade

No que diz respeito ao tratamento farmacológico, os medicamentos que apresentam uma maior taxa de sucesso são os inibidores de recaptação de serotonina, que aumentam a concentração desse neurotransmissor no cérebro e no corpo. Contudo, qualquer tipo de medicação só pode ser prescrito por um médico especialista.

Por fim, o Dr. Julio Peres comenta que os hábitos saudáveis que complementam o tratamento são: atividade física regular, técnicas de meditação, alimentação equilibrada e higiene do sono.

Benefícios dos tratamentos

Além de aliviar ou eliminar os sintomas da distimia, o tratamento apresenta outros benefícios. De acordo Raissa Medeiros, entre as principais vantagens, estão:

  • Melhora na qualidade de vida e no funcionamento diário;
  • Aumento da autoestima e do bem-estar emocional;
  • Prevenção do avanço do quadro para episódios depressivos mais graves.

Importância da rede de apoio

Tão importante quanto o tratamento para um indivíduo que lida com a distimia, é a sua rede de apoio. "O apoio emocional dos amigos e familiares é fundamental para ajudar o paciente a ser compreendido e acolhido. Conversas empáticas, incentivo ao tratamento e paciência durante os períodos difíceis fazem uma grande diferença no processo de recuperação", ressalta Raissa Medeiros.

Publicidade
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se