O Dia Mundial da Saúde Mental tem um significado especial neste ano ao representar o compromisso global por maior conscientização sobre o tema e sua defesa como direito universal. "Todos devem ter o direito de viver uma vida com dignidade, equidade, igualdade e respeito", lembra a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A entidade reconhece que ainda persiste o estigma, a discriminação e as violações aos direitos humanos. Assim, pessoas que sofrem com questões de saúde mental nem sempre têm acesso a serviços de qualidade, estão sujeitas a práticas coercitivas, tratamento desumano e, em alguns casos, até abusos.
Por isso, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) defende que cabe às nações promoverem "iniciativas regulatórias e normativas para apoiar a saúde mental como um direito humano fundamental e, ao mesmo tempo, limitar as práticas que favorecem as violações dos direitos humanos". Como exemplo, a entidade cita o estabelecimento de leis que protejam os cidadãos.
Qual o objetivo do Dia Mundial da Saúde Mental?
Instituída em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental e apoiada pela OMS, a data visa chamar atenção para o assunto, ainda tratado como tabu em sociedades como a brasileira.
Desde 2020, a causa ganhou ainda mais importância, pois considera-se que a pandemia de Covid-19 criou também uma crise global de saúde mental. Números citados pelo Senado, por exemplo, indicam que houve aumento de 25% nos casos de ansiedade e depressão só naquele ano.
Dicas para cuidar da saúde mental
Pratique o autoconhecimento
Se conhecer é o passo inicial para a resolução de muitos problemas. Busque formas de compreender (e acolher) suas dores, sentimentos e emoções. Esse processo será melhor guiado com ajuda terapêutica.
Mantenha relações sociais saudáveis
Esteja presente (vale por meios digitais se a presença física não for viável) na vida daqueles que te querem e fazem bem. Se cerque de familiares e amigos que serão sua rede de apoio, assim como você irá compor a deles.
Estabeleça limites
Quem já passou ou está passando pela fase do autoconhecimento se entende o suficiente para saber quais são seus limites nas relações e atribuições. Aprenda a dizer "não" — "não agora", "não posso", "não quero", "não consigo" — em respeito a seu tempo e seu corpo.
Pratique a autocompaixão
Não é difícil tratar os outros com gentileza, carinho e compaixão. Faça o mesmo consigo. Se autorresponsabilizar não tem a ver com se punir, então não se exceda na autocrítica.
Mantenha uma rotina equilibrada
Trabalhar é necessário. Cuidar dos afazeres domésticos também. Mas busque brechas no seu dia a dia para descansar, se exercitar, se distrair e dormir bem. Isso também é essencial.
Exercite-se regularmente
Muito mais do que estética, a prática regular de atividade física promove saúde. A constância é capaz de aumentar a disposição, melhorar a autoestima e reduzir problemas como estresse e ansiedade.
Alimente-se bem
Outra aliada da saúde é a alimentação. Sabe-se que uma dieta equilibrada pode ter impactos positivos na saúde mental, então não negligencie essa parte do seu dia.
Pratique técnicas de relaxamento
Em entrevista concedida ao Terra anteriormente, a psicóloga Hellen Maciel Santana sugeriu técnicas como a meditação e a respiração diafragmática, que consiste em colocar as mãos sobre o abdômen, fechar os olhos e respirar, tentando focar única e exclusivamente nesse ato. A medida é indicada para atenuar crises de ansiedade e reduzir o estresse.
Busque ajuda profissional quando necessário
Se possível, busque ajuda psicológica e, se houver indicação/ necessidade, também psiquiátrica. Cuidar da saúde não é luxo, então não hesite em pedir apoio sempre que precisar.
Evite o isolamento
Divida suas angústias com amigos e/ ou familiares e se mantenha perto de sua rede de apoio nos dias difíceis. Outra opção, sempre disponível, é o Centro de Valorização à Vida (CVV). O serviço gratuito pode ser contactado em total sigilo por telefone, email e chat 24 horas por dia.