A vida de Ludmila Dayer foi impactada de forma "avassaladora", como a própria define, quando ela começou a sofrer com episódios de síndrome do pânico, em 2019. Em busca de tratamento — que demanda psicoterapia e acompanhamento psiquiátrico para a prescrição de medicamentos —, a atriz embarcou em uma jornada de autoconhecimento, retratada no filme "Eu".
Dirigido, produzido e roteirizado pela própria Ludmila em sua estreia como cineasta, o longa-metragem estará disponível para o público a partir desta quinta-feira (29) na “aquarius”, plataforma de streaming recém-lançada. "O filme foi feito pra ajudar as pessoas", ressalta Ludmila, em entrevista ao Terra.
"A síndrome de pânico começou a limitar minha vida a ponto de eu não conseguir mais sair de casa sozinha, dirigir, trabalhar da maneira como eu estava trabalhando. Fiquei muito vulnerável, muito frágil (...), então fui atrás de respostas e comecei a perceber que elas estavam todas dentro de mim".
Jornada interpessoal e alternativa
Ludmila deu início à longa jornada de autoconhecimento, que ela define como "intensa" e às vezes até "desconfortável", mas necessária para entender e enfrentar suas questões. Ao longo do processo, a artista entendeu que seus problemas físicos estavam ligados também a fatores emocionais.
Para isso, ela contou com apoio de vários profissionais, entre psiquiatra, neurocientista, astrólogo e xamã. As abordagens também foram amplas, com referências da medicina à polêmica constelação familiar, técnica que busca identificar bloqueios emocionais e solucionar conflitos. O método é alvo de críticas por parte de entidades como o Conselho Federal de Psicologia que aponta falta de ética e conduta profissional no uso da dinâmica.
Quanto a isso, Ludmila diz não temer reações negativas à obra. "O filme não foi feito pra agradar a crítica, foi feito pra ajudar as pessoas que precisam", defende.
"Ele foi feito simplesmente, despretensiosamente, passando adiante a minha experiência pessoal. Eu não quero ditar como as pessoas têm que viver suas vidas, o autoconhecimento é um processo único e individual".
Xamã dos famosos
Em sua trajetória pessoal, um nome que se destaca é o da xamã Max Tovar, requisitada por famosos. Justamente depois de uma imersão com a guia, no sítio da profissional em Varginha, interior de Minas Gerais, que Ludmila decidiu transformar sua história em filme.
No longa, Max fala sobre o mapa gestacional, ferramenta que promete revelar as impressões registradas no período intrauterino e seus impactos na vida adulta do indivíduo, além de mostrar padrões de comportamento e potencialidades natas.
Colaboração de Anitta
Outras entusiastas da técnica são Fernanda Souza, amiga de longa data de Ludmila, atriz convidada e produtora executiva do filme, e Anitta, que se juntou ao projeto na reta final como produtora associada. A cantora agregou com sua visão de marketing e mercado.
"Quando a Anitta chegou, a gente também já estava conectada, vivendo coisas parecidas, então eu acredito que, pra ela estar envolvida num projeto, falando sobre coisas que ela acredita, é como se estivesse todo mundo num propósito do bem, 'vamos ajudar a passar essa mensagem adiante porque isso deu certo pra mim, talvez possa ajudar outras pessoas'", conta Ludmila.
A jornada de Anitta começou ano passado, quando enfrentou uma série de problemas de saúde e descobriu que portava o vírus Epstein-Barr (EBV). Anos atrás, Ludmila também descobriu o vírus e chegou a desenvolver esclerose múltipla, doença neurológica e crônica que destrói os tecidos que envolvem os nervos, mas atualmente já não convive com os sintomas.
Em meio a isso, a cantora fala de Ludmila como um “benção” em sua vida e demonstrou sua gratidão apoiando o projeto. O filme, inclusive, é só o primeiro da atriz, que garante ter outros planos para seguir atrás das câmeras.