A britânica Laura, de 35 anos, contou que tentou matar seu marido e sua filha então recém nascida, pois teve alucinações decorrentes de psicose pós-parto. Segundo um programa do canal britânico de TV "Channel 4", ela estava em um carro com os dois e tentou jogá-lo contra um muro. Ao perceber o que aconteceu, o pai conseguiu desligar o veículo.
Laura relata que ficou acordada durante um período de 40 horas, após ter tido pesadelos recorrentes de que sua filha, Olivia, seria molestada e jogada em algum lugar. A mulher diz ainda que passou a ser agressiva com o marido, pois ficou ressentida com o fato de ele conseguir dormir e ela não.
Laura diz que se sente culpada, apesar de entender que não era ela mesma naquele momento. "Ninguém deveria passar pelo que o Dan passou. Ninguém deveria ter de gritar por sua vida".
A mulher foi detida em uma unidade de saúde do NHS – sistema público de saúde do Reino Unido, em uma ala reservada para mães e filhos. Ela passa por tratamento para psicose pós-parto.
Psicose pós-parto
A psicose pós-parto é uma condição rara e mais grave que a depressão pós-parto. As mulheres podem sentir sintomas como confusão mental, alucinações, crises de choro, insônia, agitação, raiva, nervosismo e desconfiança.
Não se sabe exatamente o que leva à condição, mas cientistas apontam que a psicose pós-parto, também conhecida como psicose puerperal, é mais comum em pessoas com transtorno de bipolaridade.
Os tratamentos de psicose puerperal geralmente incluem a internação hospitalar ou domiciliar da mãe, por causa dos riscos que ela pode ter contra ela mesma e à criança. Como não há tratamento preventivo, é importante buscar ajuda, caso a mãe sinta algum dos sintomas, para evitar que algo pior aconteça.
Os sintomas, que começam geralmente durante as primeiras três semanas pós-parto, incluem:
- Desconexão com o bebê e pessoas ao redor;
- Sono perturbado, mesmo quando o bebê está dormindo;
- Pensamento confuso e desorganizado;
- Vontade extrema de prejudicar/fazer mal ao bebê, a si mesma ou a qualquer pessoa;
- Mudanças drásticas de humor e comportamento;
- Alucinações, que podem ser visuais, auditivas ou olfativas;
- Pensamentos delirantes e irreais.
Fonte: Ministério da Saúde