Passa muito tempo conectado? Entenda a Síndrome de Fomo

A atriz Taís Araújo declarou recentemente que sofre da Síndrome de Fomo. Entenda quais os sinais da patologia

30 abr 2024 - 19h00

Estar sempre conectado e compartilhar cada atualização rotineira nas redes sociais tem se tornado cada vez mais comum. No entanto, quando o hábito se torna muito frequente, pode indicar uma patologia: a Síndrome de Fomo.

Passa muito tempo conectado? Entenda a Síndrome de Fomo
Passa muito tempo conectado? Entenda a Síndrome de Fomo
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

A atriz Taís Araújo, 45, declarou recentemente ser portadora da síndrome, o que a faz estar conectada todo o tempo, atualizando suas redes sociais em tempo real. A patologia se caracteriza por uma urgência descontrolada de estar sempre antenado.

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Mas de que forma podemos fazer essa classificação entre a necessidade doentia do uso das redes e conexões para uma utilização saudável? Como perceber se isso está de fato acontecendo?

De acordo com a psicanalista Andrea Ladislau, o excesso que origina a Síndrome se dá por três princípios básicos:

  1. Exclusividade, pois sinaliza que a tecnologia passa a ser a sua única fonte de obter prazer e satisfação; 
  2. Tolerância, na medida em que a pessoa gasta cada vez uma parte maior do seu tempo com as redes, por exemplo; 
  3. Abstinência, que consiste no fato de que, começam a surgir sintomas desagradáveis e mudanças bruscas de humor, especialmente quando não se pode estar conectado e atualizado. Uma abstinência que se compara, inclusive, com a abstinência de drogas.

Sintomas da Síndrome de Fomo

Conforme a especialista, são diversos os sintomas da patologia:

  • Dificuldade de concentração;
  • Desejo imenso de estar conectado a todo momento, alimentando internamente uma sensação de estar perdendo algo sempre que está desconectado;
  • Taquicardia, em casos mais graves;
  • Falta de ar;
  • Inquietação;
  • Irritação;
  • Insegurança;
  • Crises de pânico;
  • Dores de cabeça;
  • Insônias;
  • Alteração de apetite;
  • Depressão.

Segundo a psicanalista, a Fomo influencia no desenvolvimento de relações com extrema dependência emocional, gerando uma verdadeira limitação da vida. "A coisa é tão séria, que temos casos em que o sindrômico chega ao ponto de carregar diversos eletrônicos ao mesmo tempo para se precaver da falta de um deles", afirma.

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Para a profissional, a Síndrome de Fomo reflete, na verdade, uma camuflada necessidade de aceitação e pertencimento. Além disso, contribui para a imaturidade emocional, onde a pessoa afetada demonstra atitudes imediatistas que denunciam total falta de controle sobre os impulsos, além de altos níveis de ansiedade e insegurança.

Tratamento

O tratamento para a Síndrome de Fomo exige um detox digital. Isto é, a desconexão e desintoxicação das redes, bem como terapias pontuais, que irão trazer benefícios para a saúde mental, além de resgatar relações sociais e íntimas. 

"É necessário criar o hábito de fazer uma verdadeira desintoxicação das redes e do mundo virtual, se afastando por pelo 1 a 2 horas todos os dias", aponta a psicanalista.

Este momento off-line é uma oportunidade para fazer atividades mais prazerosas e voltadas para si, sem a necessidade da tecnologia, como por exemplo: ler um livro, tomar um banho de mar, apreciar a natureza, ou mesmo conversar com os familiares próximos.

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"Portanto, Taís Araújo sofre com uma Síndrome da modernidade que exige a perfeição, a conexão e atualização instantânea, gerando um dos mais cruéis sintomas da saúde mental: o afastamento de si mesmo", enfatiza Andrea.

É preciso reconhecer que a Fomo existe, buscar ajuda e encontrar, dentre as muitas ações práticas, uma que possa ajudar a frear e controlar o impulso por estar sempre conectado e atualizado, em prol do bem-estar necessário para o equilíbrio emocional.

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