A prática regular de exercícios físicos é amplamente recomendada para manter o corpo em forma e prevenir doenças crônicas. No entanto, seus benefícios vão muito além da saúde física. Diversos estudos têm mostrado que a atividade física também desempenha um papel essencial na saúde mental, ajudando a reduzir sintomas de ansiedade, depressão e estresse.
Para saber como o exercício físico afeta o cérebro e as emoções, Terra Você conversou com a médica psiquiatra Cíntia Braga sobre os mecanismos por trás desses efeitos.
A especialista conta que o exercício físico desencadeia uma série de respostas biológicas, como liberação de endorfinas, bdnf (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro - importante na nauroplasticidade) e estimulação do sistema endocanabinoide.
Além disso, a prática reduz os níveis de cortisol, hormônio do estresse, e aumenta a plasticidade sináptica, favorecendo a comunicação entre neurônios.
Exercícios regulares reduzem sintomas de ansiedade
A profissional conta que a prática regular de exercícios físicos ainda exerce papel na regulação de processos metabólicos, que por sua vez, modulam o sistema de resposta ao estresse, tornando o indivíduo menos reativo a estímulos estressores.
“O exercício aumenta a liberação de endorfinas e ajuda a equilibrar a produção da serotonina e da dopamina, neurotransmissores relacionados ao prazer e bem-estar. A dopamina está associada à motivação e recompensas. Esse equilíbrio químico auxilia no controle de sintomas depressivos e ansiosos”, diz a médica.
Intensidade e duração são as chaves
Exercícios de intensidade moderada a alta, com duração de 30 a 60 minutos, realizados de 3 a 5 vezes por semana, têm mostrado os maiores benefícios para a saúde mental, de acordo com a psiquiatra.
Atividades mais intensas liberam maiores quantidades de neurotransmissores ligados ao bem-estar, no entanto, exercícios leves e regulares também promovem efeitos positivos, especialmente na redução da ansiedade.
A médica conta que além dos efeitos químicos, o exercício promove uma sensação de realização e melhora a autoestima.
“Socialmente, pode aumentar a integração e apoio, especialmente em atividades em grupo, criando um senso de pertencimento e reduzindo o isolamento social, fator importante no agravamento de transtornos como depressão e ansiedade”, conclui.