"Eu era muito mais entregue, aberta, conseguia ser mais a Rafa e hoje me percebo evitando falar muita coisa para poupar minha saúde mental".
A reflexão é da influenciadora digital Rafa Kalimann, que decidiu dividir com os seguidores sua percepção sobre a dinâmica de ataques que permeia as redes sociais. O impulso foi justamente as críticas que recebeu após ler uma crônica de Clarice Lispector na segunda-feira (16).
"As pessoas não leram o texto, não ouviram o que eu falei. Elas não tiveram o mínimo interesse de interpretar e eu estou recebendo dezenas de textos me criticando profundamente porque, no texto, ela usa Jesus como exemplo de boa fé", apontou Rafa na sequência de stories compartilhada no Instagram na terça-feira (17).
Como já afirmou em outras situações, o impacto desses ataques é em sua saúde mental. A influenciadora sofre com ansiedade. "Por que eu não consigo, de fato, profundamente, ser mais a Rafa aqui nas redes sociais? E olhe que a Rafa hoje é muito mais interessante que a Rafa de anos atrás", se questionava.
Síndrome do pânico atinge famosos; como tratar?
Atualmente com 30 anos, ela tem longa carreira no mercado de influência digital. Em 2020, participou da primeira edição do “Big Brother Brasil” com famosos, o que lhe rendeu ainda mais fama a nível nacional.
"Por que antes eu conseguia falar tudo, expor tudo, simplesmente ser eu? Por que hoje está tão difícil isso pra mim? Por que se tornou um peso de medo, de angústia, de ansiedade? Por que dá ansiedade toda vez que eu exponho uma opinião por mais simples que ela seja?".
Para Rafa, há pelo menos um elemento que explica o que fez as redes sociais se transformarem nesse ambiente tão bélico. Ela aposta na ferramenta que permitiu "curtir" comentários, o que, na sua avaliação, fez muitos usuários perceberem o recurso como uma nova forma de obter notoriedade.
"Às vezes, eu recebo uma crítica dura, robusta no meu Instagram. Eu vejo a mesma crítica copiada e colada no Instagram e de outras pessoas. Pra vocês verem como é pra chamar atenção. E, às vezes, isso gera um hábito porque as pessoas normalizam: 'se eu vejo tantas críticas, eu posso criticar'. O que acontece? Ganha esse like, vai pra cima [para os comentários em destaque no post], chama mais atenção e vai normalizando", esclarece ao lamentar o caminho fútil e superficial que hoje domina a esfera digital.
Dança como fonte de alívio
Além de ansiedade, Rafa Kaliman sofre com síndrome do pânico. Em abril, durante a "Dança dos Famosos" do "Domingão com Huck", ela destacou o quanto a atividade física auxiliou na sua recuperação.
"Ativou algo aqui, dentro de mim, muito precioso. De me jogar, acho que algo novo... Me desafiar e, na minha cabeça, tudo muda. Então, eu não tive crise de pânico [desde então]", relatou à época.
Classificada como um dos tipos de transtorno de ansiedade, a síndrome se caracteriza pela ocorrência de episódios repentinos e intensos de medo ou desconforto físico. Psiquiatras ouvidas pelo Terra na ocasião ressaltaram que a dança em si não pode ser considerada um tratamento psicológico. Mas como problemas de saúde mental demandam tratamento multidisciplinar, a prática regular de atividade física desempenha papel importante no processo.
